O Movimento Vanguardista (Avant-garde)

O Avant Guarde, um termo francês que significa vanguarda, ou guarda avançada, foi originalmente usado para denotar a vanguarda de um exército e aplicado pela primeira vez à arte na França no início do século XIX.

Aplicado à arte, vanguarda significa arte inovadora, que introduz ou explora novas formas ou temas.

O termo se refere a qualquer artista, movimento ou obra de arte que rompa com os precedentes e seja considerado inovador e transgressor do status quo. Devido à sua natureza radical, e ao fato de desafiar as ideias do estabelecimento artístico, os processos e as formas existentes, o movimento de vanguarda muitas vezes encontrou resistência e controvérsia no mundo da arte.

O começo da vanguarda

Pode-se dizer que a arte de vanguarda começou na década de 1850 com o realismo de Gustave Courbet, que foi fortemente influenciado pelas primeiras ideias socialistas. Seguiram-se os sucessivos movimentos do arte moderno, e o termo vanguarda é mais ou menos sinônimo de moderno.

Alguns movimentos de vanguarda, como o cubismo, por exemplo, concentraram-se principalmente nas inovações de forma, outros, como o Futurismo , De Stijl ou o Surrealismo, tiveram fortes programas sociais.

O desenvolvimento do Avant-garde

Embora o termo Avant-garde ou vanguarda tenha sido originalmente aplicado a abordagens inovadoras da criação artística no século XIX e início do XX, é aplicável a toda a arte que ultrapassa os limites das ideias e criatividade, e ainda é usado hoje para descrever a arte que é radical ou reflete a originalidade da visão.

A noção de vanguarda consagra a ideia de que a arte deve ser julgada principalmente pela qualidade e originalidade da visão e das ideias do artista.

Principais expoentes do Avant-garde

Pelo seu caráter radical e pelo fato de desafiar as ideias, processos e formas existentes, os artistas e obras de arte de vanguarda muitas vezes andam de mãos dadas com a controvérsia. Explore sobre as obras de arte que causaram um estrondo.

Pequena bailarina de 14 anos - Edgar Degas

Por mais inocente que nos possa parecer hoje, A pequena bailarina de catorze anos de Edgar Degas causou indignação quando foi exibida pela primeira vez na exposição impressionista de 1881 em Paris. A figura foi descrita de várias maneiras como "repulsiva" e "uma ameaça para a sociedade". A crítica e o público estavam incomodados com o realismo da obra, mas também porque Degas havia representado um tema moderno provocativo... as bailarinas eram consideradas parte do lado mais sórdido do espetáculo e um pouco mais que prostitutas.

Garrafas e Peixes - Georges Braque (Cubismo)

Por volta de 1907, Pablo Picasso e Georges Braque desenvolveram um novo e revolucionário estilo de pintura que transformava objetos cotidianos, paisagens e pessoas em formas geométricas. O cubismo abriu caminho para muitos dos estilos de arte abstrata do século XX, mas o nome do movimento deriva da resposta desdenhosa de um crítico que descreveu uma das pinturas de paisagens de Braque como "raridades cubistas".

Picasso e Braque conceberam e desenvolveram o cubismo, mas outros artistas também adotaram o estilo, em particular Fernand Leger, Albert Gleizes e Louis Marcoussis. Desde seu epicentro parisiense, as ideias cubistas se espalharam rapidamente e marcaram profundamente o caminho da vanguarda russa, do futurismo italiano e do expressionismo alemão, entre outros. Nas próximas páginas apresentamos uma seleção especial de obras significativas dos distintos movimentos de vanguarda que foram tocados pelo prisma do cubismo.

O Almoço dos Remadores - Renoir

Embora a arte impressionista possa não parecer vanguardista de acordo com os padrões contemporâneos, o movimento foi revolucionário em sua época. Rejeitados pelo tradicional Salão de Paris, pintores como Claude Monet , Edgar Degas e Pierre-Auguste Renoir privilegiaram paisagens e cenas da vida cotidiana sobre os temas históricos e mitológicos aceitos. Também romperam com a tradição saindo do estúdio e pintando ao ar livre .

Retrato de Madame Matisse, Henri Matisse (Fauvismo)

O impressionismo desencadeou uma onda de artistas e estilos inovadores. Entre eles, havia um breve, mas poderoso movimento chamado Fauvismo . Cofundado pelos artistas franceses Henri Matisse e André Derain, o estilo de les Fauves, ou "as bestas selvagens", é caracterizado por uma paleta de cores saturadas, pinceladas grossas e formas simplificadas, muitas vezes quase abstratas. O fauvismo atuou como um período de transição para muitos dos artistas associados a ele, principalmente Matisse e Georges Braque. Após sua conclusão em 1910, essas figuras usaram sua experiência fauvista para embarcar em novos projetos e entrar em novos períodos.

Dinamismo de um cachorro com coleira, Giacomo Balla (Futurismo)

Fundado em 1909, o Futurismo foi um movimento de vanguarda que abraçou a inovação, a tecnologia e o transporte, todos os componentes do futuro que surgiram após a Primeira Guerra Mundial. Uma marca registrada da arte futurista é a representação da velocidade e do movimento. Em particular, adhiriram aos princípios do "dinamismo universal", o que significava que nenhum objeto individual está separado de seu fundo ou de outro objeto. O escultor italiano e destacado artista futurista Umberto Boccioni explicou o movimento: “Sintetizamos cada momento (tempo, lugar, forma, tom de cor) e assim pintamos o quadro”.

A Persistência da Memória, Salvador Dalí (Surrealismo)

O surrealismo é um gênero altamente experimental baseado em princípios da mente subconsciente, extraídos de uma técnica literária chamada automatismo . Essa ruptura com a realidade deu aos artistas surrealistas como René Magritte, Salvador Dalí e Man Ray uma completa liberdade criativa, já que não se guiavam mais por princípios acadêmicos. O cenário onírico de sua arte combina representações realistas de temas fantásticos. Os surrealistas também eram conhecidos por incursões em muitas formas de arte, desde pintura e escultura até fotografia e cinema.

Feijão Preto - Andy Warhol

Reconhecido no final dos anos 60 como o líder do arte de vanguarda nos Estados Unidos, com interesses em pintura, gravura, vídeo-arte, produção de filmes, escultura, montagem e arte conceitual, Warhol usou métodos criativos modernos como a serigrafia para produzir retratos icônicos de celebridades como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Transformou as estrelas em objetos de arte moderno e no processo se tornou ele mesmo, o artista, uma estrela. Isso lhe deu acesso a uma série de círculos sociais exclusivos com intelectuais, magnatas da mídia, estrelas de Hollywood e outros patrocinadores ricos. Ele também usou métodos modernos de produção, empregando uma variedade de assistentes em seu estúdio em Nova York, conhecido como a "Fábrica". Desde sua morte prematura em 1987, Warhol tem sido objeto de numerosas exposições retrospectivas em todo o mundo, assim como documentários, livros e artigos. Nos últimos anos, a arte de Warhol, junto com as obras do surrealista Francis Bacon, se tornaram os exemplos mais procurados do arte pós-modernista precoce.

Embora a ideia de vanguarda sugira uma preocupação em abrir novos caminhos, em quase todos os casos isso não reflete um interesse independente na novidade, mas sim se baseia no desejo de dar uma impressão mais clara da "realidade". Para Gustave Courbet , isso significou representar as duras vidas trabalhistas que foram desterradas da tela acadêmica; para os impressionistas significou captar os efeitos da luz na retina no momento da percepção; para os construtivistas significava representar as forças científicas invisíveis que atuam sob a superfície da realidade visível. Mas em todos os casos, o objetivo subjacente era o desejo de representar a realidade de uma maneira nova e precisa.

A ideia de vanguarda tem sido tradicionalmente sujeita a duas interpretações. De um lado, é considerada indissoluvelmente ligada a um programa social ou político radical, de modo que a arte transgressora se torna o veículo da atividade social e política transgressora. Por outro lado, a arte de vanguarda tem sido vista como o domínio da experimentação estilística pura, livre de preocupações sociais de qualquer tipo. Essas duas definições têm suas próprias cronologias, hierarquias e rubricas críticas que as acompanham, que muitas vezes estão surpreendentemente em desacordo entre si.
O nascimento da vanguarda foi também o nascimento da ideia do "anti-arte": que a arte poderia apostar seu valor em parte minando, subvertendo ou zombando das noções preexistentes de valor artístico. Desde os impressionistas, com suas pinceladas rápidas e soltas, até Marcel Duchamp com seus readymades, a arte de vanguarda sempre obteve parte de seu impacto de seu evidente desprezo pelas normas existentes e sua capacidade de gerar uma impressão de não arte, até mesmo de fealdade. 

KUADROS ©, uma pintura famosa na sua parede.