Hora do Tigre


Tamanho (cm): 55x85
Preço:
Preço de venda3 087 SEK

Descrição

A pintura “A Hora do Tigre” de Kitagawa Utamaro é uma obra fascinante que reflete o domínio do ukiyo-e, estilo japonês de xilogravura do período Edo, permitindo ao espectador mergulhar em um mundo repleto de sutilezas culturais e representações da vida cotidiana. Utamaro, conhecido principalmente pelos seus retratos de belas mulheres e pelas suas representações da vida urbana, capta nesta obra um momento efémero que evoca tanto a intimidade como a tensão da vida nocturna e dos seus segredos.

Em “A Hora do Tigre”, a composição tem como foco uma jovem que se mostra em um momento de contemplação e desejo. A sua postura reflete um misto de vulnerabilidade e força, presa numa atmosfera lírica e quase sensorial. A figura está posicionada de forma que seu perfil e olhar evoquem certa melancolia, sugerindo que ela está imersa em pensamentos profundos, talvez desejando algo que está além de seu alcance. Utamaro consegue equilibrar a serenidade do rosto da mulher com a complexidade do seu entorno, onde as sombras desempenham um papel crucial na narrativa visual.

O uso da cor é um dos aspectos mais marcantes da obra. Os tons suaves dos quimonos e do fundo criam uma harmonia que destaca a figura central, enquanto os tons opacos favorecem um ambiente noturno. Esta escolha cromática não serve apenas para embelezar a obra, mas também intensifica o sentimento de saudade transmitido pela figura feminina. Detalhes delicados, como os padrões do quimono e os detalhes sutis que acariciam as bordas, são uma evidência da atenção meticulosa que Utamaro prestou a cada aspecto de seu trabalho.

O simbolismo é outro componente chave em “A Hora do Tigre”. A referência à “hora do tigre”, período da noite considerado auspicioso para certos aspectos da vida e da cultura japonesa, sugere que o oculto e o visível estão em constante tensão. O tigre na cultura japonesa não representa apenas força e poder, mas também pode denotar os desejos mais sombrios das pessoas, trazendo uma camada de profundidade psicológica à imagem.

A forma como Utamaro utiliza o espaço também merece destaque. Há um cuidadoso equilíbrio entre o primeiro plano e o fundo, onde a mulher é cercada por sombras que realçam a sua figura, sugerindo que embora esteja fisicamente presente, há uma parte dela que está noutro lugar. Isto é reforçado pela utilização do espaço negativo que dá ar à composição, permitindo que o olhar do espectador se desloque pela peça num movimento fluido e contemplativo. Esta interação entre forma e espaço é fundamental no ukiyo-e, onde a evocação da emoção através da estética visual é essencial.

Embora “A Hora do Tigre” seja uma obra que, infelizmente, não possui extensa documentação que explique suas múltiplas interpretações, sua estética e simbolismo estão em perfeita harmonia com a época em que Utamaro trabalhou. Ao explorar a vida e os temas que predominaram no período Edo, o trabalho de Utamaro representa um reflexo não só da beleza, mas das complexidades da experiência humana num Japão em mudança.

Concluindo, “A Hora do Tigre” é mais do que uma representação visual; É um portal para um mundo emocional e cultural profundo. Através do seu domínio da composição, da cor e do simbolismo, Kitagawa Utamaro consegue criar uma obra que ressoa com o mundo contemporâneo, convidando os espectadores a refletir sobre a sua própria experiência de desejo e anseio. Em cada traço e em cada sombra, Utamaro lembra-nos que, na quietude da noite, as paixões dormem, para acordarem no momento mais inesperado.

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