Perséfone - 1912


tamanho (cm): 55x85
Preço:
Preço de venda3 081 SEK

Descrição

A pintura “Perséfone” de John William Waterhouse, criada em 1912, insere-se na rica tradição do simbolismo e do pré-rafaelismo, correntes artísticas que celebram a beleza idealizada e a evocação de mitologias clássicas. Embora seja importante destacar que a obra não costuma ser encontrada em coleções contemporâneas, seu legado perdura no impacto emocional e visual gerado pela representação de seu protagonista.

No centro da composição brilha a figura de Perséfone, a deusa da primavera e rainha do submundo na mitologia grega. Waterhouse capta a sua imagem num momento repleto de melancolia e reflexão, estado de espírito que é palpável nos seus gestos e na forma como se apresenta. Perséfone, com uma expressão que combina saudade e resignação, evoca as dualidades da sua existência: a luz da vida e o abraço sombrio do submundo.

A paleta de cores utilizada por Waterhouse é característica do seu estilo, com tons que variam entre os tons frescos e vibrantes dos verdes e amarelos da natureza, até os prateados escuros e ricos que sugerem a queda na escuridão. Este contraste cromático não só realça a competência técnica de Waterhouse, mas também sublinha a tensão emocional que define a figura de Perséfone, presa entre dois mundos. A luz, cuidadosamente aplicada, foca seu rosto e figura, sugerindo uma espécie de halo que chama a atenção do espectador para a alma da deusa.

Elementos da flora, principalmente as flores amarelas e douradas, cercam Perséfone, simbolizando a vida e a morte; Esta dualidade é central para a narrativa do seu rapto por Hades e do seu subsequente regresso à superfície. As flores distribuem-se harmoniosamente no ambiente, criando uma ligação com a natureza que sublinha o tema da renovação sazonal e do ciclo da vida, tema recorrente nas obras de Waterhouse.

O traço característico da artista, que combina detalhes marcantes com uma atmosfera romântica, fica evidente no tratamento das texturas, desde os cabelos macios da deusa até as dobras de suas roupas, que parecem se mover com a brisa. Cada elemento é carregado de simbolismo, onde a roupa branca de Perséfone evoca pureza e nostalgia, destacando sua dualidade e conexão com o mundo humano.

Waterhouse, membro proeminente do movimento pré-rafaelita, mostra em “Perséfone” a sua capacidade de contar histórias através da pintura, evocando narrativas mitológicas que transcendem o tempo. A obra reflete o estilo detalhado e a atenção às emoções humanas que definem o trabalho de Waterhouse, comparável a outras obras da sua vasta produção, como "Ophelia" ou "The Queen's Dream", onde a experiência feminina e a beleza são exploradas em profundidade.

Na visão de Waterhouse, a figura de Perséfone não representa apenas um mito, mas uma reflexão sobre os ciclos de vida, perda e esperança. Este trabalho único é uma prova do talento de Waterhouse e continua a ressoar nos corações de quem o vê, convidando a uma contemplação lenta e emocional da experiência humana. Nesta peça, encontramos um exemplo de como a arte pode transcender o tempo, falando diretamente à psique coletiva através da sua representação do mitológico e do humano.

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