Ondina - 1872


tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda€247,95 EUR

Descrição

A obra “Ondine” de 1872, criada por John William Waterhouse, é um excelente exemplo da habilidade do pintor em captar a essência do simbolismo e da narrativa romântica que caracteriza o movimento Pré-Rafaelita. Nesta pintura, Waterhouse apresenta-nos uma figura feminina num contexto de sonho e contemplação, encapsulando tanto a beleza como a melancolia do seu tema.

A composição central da obra gira em torno de uma mulher, identificada como Ondina, figura mítica da mitologia europeia, muitas vezes associada à natureza aquática. Sua pose é serena e contemplativa, com um olhar que parece perdido em pensamentos profundos. Ela está posicionada ligeiramente à direita da pintura, criando um equilíbrio visual que orienta o olhar do observador em direção à sua expressão. A mulher, vestida com um vestido branco, parece quase flutuar na água que a rodeia, elemento que emula a sua ligação intrínseca com o mundo aquático. Este uso da cor branca sugere pureza, mas também uma fragilidade que complementa a representação do seu personagem lendário.

Os tons da pintura estão imbuídos de uma paleta suave e justa, onde predominam os verdes e os azuis, cores que evocam tanto a frescura da água como a vegetação que a rodeia. Essas cores se combinam para criar uma atmosfera onírica, convidando o espectador a mergulhar no mistério da cena. As sombras sutis e a luz suave que penetram no ambiente natural de Ondina conferem profundidade e textura ao trabalho, sugerindo movimentos suaves de água ou brisas acariciando a superfície.

O fundo naturalista é entendido não apenas como um lugar, mas como um espaço com vida própria que participa da narrativa da pintura. Os elementos aquáticos e vegetais, aliados ao uso de luzes e sombras difusas, reforçam a sensação de intimidade e vulnerabilidade que a figura de Ondina encarna. Este diálogo entre a mulher e o seu ambiente reflecte uma preocupação característica da arte de Waterhouse: a exploração da relação entre o homem e a natureza.

A obra enquadra-se nas tradições do simbolismo e do romantismo, onde a representação de personagens míticas é utilizada para explorar temas como o desejo, a solidão e a procura de identidade. Waterhouse, cuja obra também se caracteriza por figuras muito femininas e etéreas, evoca em “Ondina” a ideia de um amor inatingível, reflexo da saudade que se evidencia na expressão da mulher. A escolha de um tema mitológico não é coincidência, uma vez que Waterhouse frequentemente se inspirava em obras literárias, além do seu fascínio pelo simbolismo: a sua Ondine convida-nos a contemplar a fragilidade dos sentimentos humanos face às forças incontroláveis ​​da natureza e do desconhecido. .

Através desta pintura, Waterhouse deixa uma marca indelével, conectando o espectador a um mundo de sonho repleto de narrativa visual e emoção. A obra não é apenas notável pela sua composição e uso da cor, mas também é um testemunho do talento singular de Waterhouse para explorar as complexidades da condição humana e da sua capacidade de entrelaçar a realidade com o místico. “Ondina” continua a ser um exemplo relevante da convergência entre o simbolismo e a arte pré-rafaelita, oferecendo uma experiência visual que convida à reflexão sobre a ligação entre o ser humano e o mundo que o rodeia.

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