Balé Russo. Campos Elísios. Silfo - 1932


Tamanho (cm): 75x50
Preço:
Preço de venda€239,95 EUR

Descrição

A obra "Ballet Russo. Champs Elysées. Sylphide", pintada por Konstantin Somov em 1932, constitui um fascinante testemunho da intersecção entre arte visual e dança, num contexto que reflecte tanto os desejos estéticos de uma época como a evolução de uma tradição cultural rica e complexa. Somov, destacado representante do estilo conhecido como simbolismo e intimamente ligado ao círculo de artistas do Ballet Russo, faz com esta pintura uma homenagem à beleza etérea dos silfos, criaturas da mitologia que representam o imaterial e o fugaz.

A composição desta obra é densa e rica, em que a figura central da sílfide se apresenta num ambiente que combina opulência e teatralidade. A figura feminina, elegantemente vestida com um delicado tutu, é colocada em primeiro plano, onde a sua expressividade pode ser lida como símbolo de graça e fragilidade. A sua postura e gestos sugerem um movimento quase etéreo, captando a essência do ballet num instante suspenso no tempo. Em contraste, o fundo apresenta uma atmosfera onírica, com tons mais suaves que evocam um sentimento de nostalgia, reflexo da época e do lugar que o inspirou.

A cor é outro protagonista deste trabalho. A paleta de Somov oscila entre tons pastéis suaves e tons mais profundos, criando um equilíbrio que evoca doçura e intensidade emocional. Azuis e rosas se entrelaçam com dourados luxuosos nos figurinos e elementos decorativos, proporcionando um esplendor fiel à experiência do balé ao vivo. A aplicação de luz habilmente conseguida acrescenta profundidade e um efeito quase tridimensional, convidando o espectador a mergulhar na cena.

A partir de uma análise técnica, é notável como Somov usa linhas e detalhes. Cada elemento da pintura, desde as penas do cocar da sílfide até os sutis enfeites de seu traje, é delineado com uma minuciosidade que revela a admiração da artista pela beleza estética. Esta atenção ao detalhe não só realça o valor ornamental da dança, mas também estabelece uma ligação íntima entre a ação da dança e a própria pintura, onde cada pincelada parece mover-se com a mesma fluidez de um dançarino.

Somov, conhecido pelo seu estilo que mistura a elegância dos motivos decorativos com uma profunda narrativa simbólica, consegue encapsular nesta obra a essência do ballet. A sua interação com o Ballet Russo não se limita a uma simples performance, mas torna-se uma exploração poética da beleza, do desejo e da impermanência da vida. Através do seu olhar, o público é convidado a celebrar a dança não apenas como uma arte performática, mas também como uma experiência visual autêntica e emocional.

No contexto da sua época, "Ballet Russo. Champs Elysées. Sylphide" reflete tanto a herança cultural das tradições russas como a influência do simbolismo que permeou a arte europeia. Somov, através desta obra, não só oferece uma homenagem à dança, mas também coloca o espectador num mundo onde o real e o imaginário se entrelaçam, abrindo um diálogo que ainda é válido no campo da arte contemporânea. Desta forma, a pintura não é apenas contemplada, mas sentida, como um hino à beleza efêmera do balé e à própria essência da arte.

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