Hortênsias - 1902


Tamanho (cm): 75x35
Preço:
Preço de venda€210,95 EUR

Descrição

A obra “Hortênsias” de Hishida Shunso, criada em 1902, constitui-se como uma delicada manifestação do estilo Nihonga, que funde a estética tradicional japonesa com técnicas modernas. Shunso, um pintor proeminente do início do século XX, é conhecido pela sua capacidade de retratar a beleza efémera da natureza e pelo seu profundo apreço pelas flores, especialmente pelas hortênsias, que se tornam o foco principal desta composição.

A pintura retrata um buquê de hortênsias em um vaso, alojado em fundo sutil. A simetria e o equilíbrio percebidos no arranjo das flores revelam a maestria de Shunso em criar uma atmosfera de serenidade e contemplação. As hortênsias, com suas esferas formadas por múltiplas flores, contrastam com a suavidade do fundo que, embora sutil, reforça a presença vibrante das cores das flores. A utilização de tons pastéis, dos lilases suaves aos azuis claros e escuros, combinados com toques de branco e roxo, produzem uma sensação de frescor e delicadeza que convida o espectador a focar nos intrincados detalhes das flores.

Do ponto de vista composicional, Shunso evita qualquer excesso, promovendo uma abordagem minimalista que realça a beleza inerente às hortênsias. A escolha de um vaso simples reafirma a intenção de trazer toda a atenção para as flores, que parecem ganhar vida através da pintura. Cada pétala é descrita com precisão, mostrando uma dedicação ao detalhe característica do estilo Nihonga, onde são utilizados pigmentos naturais e técnicas tradicionais de pintura em papel de arroz.

Ao longo de sua carreira, Shunso foi profundamente influenciado pela natureza, tema central em sua obra, além de ser reflexo de sua ligação com a tradição. As hortênsias, simbolizando sinceridade e compreensão, convidam o espectador a refletir sobre a sua beleza evanescente e a impermanência da vida. O trabalho não consiste apenas no simples estudo de uma flor; Através dele, Shunso consegue evocar um clima que parece pessoal e universal.

É interessante notar que Hishida Shunso fazia parte de um movimento mais amplo que procurava revitalizar a arte japonesa no contexto da modernidade. Através da fusão de técnicas antigas com objectivos contemporâneos, artistas como Shunso ajudaram a estabelecer um novo caminho para a pintura japonesa no início do século XX. A sua contribuição está entre as mais significativas do período, e “Hortensias” é um testemunho do seu talento e visão artística.

Sem personagens na obra, o foco é totalmente voltado para a natureza, enfatizando um diálogo silencioso que convida o espectador a contemplar a beleza do cotidiano. Este compromisso com o natural ressoa com os princípios do wabi-sabi, onde o valor é encontrado no simples e no imperfeito. Em “Hydrangeas”, Shunso consegue captar a essência efêmera da primavera, um lembrete de que a beleza, embora transitória, pode deixar uma impressão duradoura na memória.

Com “Hortênsias” de 1902, Hishida Shunso manifesta-se não apenas como um artista talentoso, mas como um poeta visual que consegue traduzir a essência do seu ambiente numa obra-prima. A pintura convida à contemplação, oferecendo um refúgio estético onde natureza e arte estão em perfeito equilíbrio.

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