Os Discípulos de Emaús


Tamanho (cm): 35x50
Preço:
Preço de vendaR$ 825,00 BRL

Descrição

Esta obra do mestre Caravaggio também é conhecida como A Peregrinação de Nosso Senhor a Emaús ou simplesmente A Ceia de Emaús. A pintura mostra o momento em que os dois apóstolos que o acompanham percebem que aquele que falou com eles o dia todo foi seu amado professor.

Pintada no auge da fama do artista, esta é uma das pinturas religiosas mais impressionantes da história da arte. Nesta pintura, Caravaggio captura de forma brilhante o clímax dramático do momento, o exato momento em que os discípulos percebem de repente quem esteve na frente deles o tempo todo. Suas ações e reações naturais transmitem seu espanto dramático: um está prestes a pular da cadeira enquanto o outro abre os braços em um gesto de descrença. A iluminação dura ressalta a intensidade de toda a cena.

Na obra, Caravaggio retrata os discípulos como trabalhadores comuns, com rostos barbudos, enrugados e roupas esfarrapadas, em contraste com o imberbe jovem Cristo, que parece ter vindo de um mundo diferente.

Existem alguns segredos escondidos em vários pontos. Na obra, a artista escondeu um ovo de Páscoa, por exemplo. A sombra projetada pela cesta de frutas sobre a mesa também parece retratar um peixe, o que pode ser uma alusão ao grande milagre.

E há mais tesouros escondidos nesta obra-prima. Às vezes, uma falha não é uma falha, mas sim um golpe de gênio. Tomemos, por exemplo, a trama da cesta de vime que balança na borda da mesa no centro da pintura.

Embora inúmeros olhos tenham se maravilhado com o misterioso drama que se desenrola no interior sombrio daquela pousada, o significado de uma imperfeição quase imperceptível até agora passou despercebido ao longo dos séculos.

Um galho solto, projetando-se da trança do tecido, transforma a célebre tela de Caravaggio em um ato de ousadia, um desafio espiritual para o observador.

Para apreciar todas as implicações desse pequeno detalhe, vale lembrar os contornos do clima geral que Caravaggio evocava em sua obra.

O tema da Ceia de Emaús é algo que inspirou grandes mestres da história, de Rembrandt a Velásquez. O momento chave é narrado no Evangelho de Lucas no Novo Testamento. Ali é contada a história da refeição íntima de Cristo com os dois discípulos, Lucas e Cleofás, que ignoram a verdadeira identidade do companheiro. Na pintura, o pão já foi partido e abençoado, e chegou a hora, segundo o relato evangélico, de Cristo "abrir" os olhos de seus seguidores e desaparecer "da vista deles".

A obra-prima captura um limiar místico entre as sombras e a luz, o segundo mágico antes de Cristo, envolto na silhueta de um estranho atrás dele, desaparecer do mundo. Nesse instante imensurável entre a revelação e o desaparecimento, Caravaggio tece sua trama, o encontro magistral entre dois mundos.

À medida que a verdade é revelada, o tio paterno de Cristo, Cléopas, se levanta de sua cadeira em pânico e espanto com a revelação: seus cotovelos sobem dinamicamente pelas mangas de seu casaco.

Do outro lado da fruteira de vime, à direita, Lucas abre bem os braços, como se reclamasse a improbabilidade da cena, desenhando a mesma postura na cruz no momento de sua dolorosa morte. Enquanto isso, o estalajadeiro permanece imperturbável, olhando inexpressivamente enquanto ouve as palavras que Cristo disse a seus discípulos atordoados, incapaz de compreender o significado de um momento importante para a humanidade.

Caravaggio deve ter sido consciente ao coreografar essa cena extraordinária, equilibrando-a entre o reino perecível e o que está além. Uma coisa é ilustrar um momento de revelação que outros artistas ousaram captar na arte. Outra coisa é realmente envolver os espectadores de seu trabalho na maravilha da epifania: transformar a tela no próprio palco em que um despertar espiritual é potencial e real.

Ali, naquele momento de espanto coletivo, o amado filho de Deus, o tão esperado messias, tornou-se realidade e cumpre integralmente todas as escrituras.

A escolha das frutas na mesa também é deliberada, é claro; pois combinados com os demais elementos da mesa, possuem um significado simbólico. A maçã, aqui apodrecendo, representa o símbolo da tentação e da queda do homem. A vinda de Cristo é simbolizada pelo raio de luz refletido através do recipiente de vidro sobre a toalha de mesa, que pode ser entendido como um símbolo do nascimento virginal - a luz penetra no vidro sem quebrá-lo - e o pão é facilmente reconhecível como um símbolo do corpo de Cristo, sua encarnação.

Finalmente, o sacrifício de Cristo é simbolizado pelas uvas que Bellori critica. As uvas são a fonte do vinho, que se torna, na Eucaristia Católica Romana, o Sangue de Cristo. Consequentemente, Caravaggio usou a cesta de frutas para enfatizar e sustentar o significado da história que pintou.

Caravaggio escolheu representar nesta obra um momento dramático da história da humanidade, ou seja, aquela fração de segundo em que dois apóstolos próximos percebem que estão testemunhando um milagre de poder inimaginável. O grande artista congela o momento com maestria. O artista torna esse momento permanente, enquanto permite que o espectador tome seu tempo, considere o milagre na tela e experimente aquela sensação de choque e admiração sentida pelos dois apóstolos.

Esta é sem dúvida uma verdadeira obra-prima renascentista e uma pintura religiosa favorita da equipe Kuadros.

Os Discípulos de Emaús é classificado no. 82 na lista de pinturas famosas 

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