Bois Cena da vida selvagem - 1918


Tamanho (cm): 60x50
Preço:
Preço de vendaR$ 1.090,00 BRL

Descrição

O óleo sobre tela "Oxen. Cena da vida dos selvagens - 1918", de Pavel Filov, está emergindo como uma obra na qual o espectador é confrontado com uma composição de intensidade e complexidade sem concessões. Ao observar isso pintura, É evidente a meticulosidade com que Filonov abordou cada golpe e cor, em uma representação que, embora possa parecer caótica, é impregnada com um significado profundo e uma estrutura deliberada.

O trabalho apresenta uma cena composta por vários bois, localizados no que pode ser interpretado como uma paisagem agregada e primitiva, um eco da vida nos tempos ancestrais. Os animais, embora configurados com formas que são, à primeira vista, abstratos, não perdem sua essência natural. Filonov usa uma técnica de fragmentação do espaço pictórico que alcança um dinamismo quase opressivo, guiando o olhar do espectador através de um labirinto visual de linhas e cores sobrepostas.

"Oxen. Cena da vida dos selvagens - 1918" está inscrito no contexto do rayonismo e cubofuturismo russo, movimentos com os quais Filonov está indiretamente relacionado, embora com uma visão muito particular e revolucionária. Filonov, ao longo de sua carreira, desenvolveu o que chamou de "realismo analítico", um estilo que procurou decompor a realidade em seus componentes mais essenciais e depois a reconstruir na tela, proporcionando uma nova dimensão de significado.

O uso de cor neste pintura É digno de análise detalhada. Filonov usa uma paleta reduzida, mas poderosa, que enfatiza tons terríveis, ocre e verdes escuros, permitindo que os bois se integrem perfeitamente ao ambiente que sugere um mundo selvagem e primário. Os contornos das figuras são esquematicamente delineados e entrelaçados com elementos geométricos que parecem vibrar e se mover, gerando uma sensação de energia contida.

A composição, embora a heterona, segue uma lógica interna. Os bois, muitas vezes considerados símbolos de paciência e diligência, parecem aqui incorporar uma parte integrante da natureza, quase indistinguível da paisagem circundante. Não há figuras humanas presentes, o que reforça a idéia de um mundo em que o ser humano ainda não deixou sua marca dominante.

As pinceladas e texturas usadas por Filonov são únicas em seu tipo. O rigor quase obsessivo com o qual cada segmento da tela foi trabalhado cria uma superfície vibrante e saturada com detalhes, que exigem que uma observação prolongada seja completamente apreciada. Essa técnica, que pode lembrar a precisão de um artesão que cria um mosaico completo, é um reflexo da dedicação e abordagem filosófica do artista ao seu trabalho.

Filonov, que passou grande parte de sua vida em São Petersburgo, era um visionário e um iconoclasta. Sua metodologia era rigorosa e espiritual, e sua arte muitas vezes deixava os contemporâneos e os críticos perplexos. Seu legado, embora não seja tão universalmente reconhecido quanto o de outros contemporâneos dele, cresceu com o tempo, oferecendo uma janela para uma abordagem da modernidade que combina o ancestral com o futurista.

Em "Oxos. Cena da vida dos selvagens - 1918", Filonov nos convida a uma viagem ao núcleo da realidade, a uma reflexão sobre a coexistência do civilizado e do selvagem, através de uma meditação pictórica que, embora enraizada no Passado, ressoa com uma clareza e relevância que atravessa o século XX para ficar intacto até hoje.

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