Banhistas na grama - 1890


tamanho (cm): 55x55
Preço:
Preço de vendaR$ 1.064,00 BRL

Descrição

Em “Banhistas na Relva”, pintado por Edgar Degas em 1890, somos presenteados com uma cena que capta a intimidade e a despreocupação de um grupo de mulheres enquanto relaxam num ambiente natural. Esta obra, que pode suscitar comparações com o famoso quadro “Almoço na Relva” de Édouard Manet, afasta-se da provocação inicial que Manet mostrou, para focar na graça e serenidade do quotidiano que Degas faz seu através de uma abordagem mais intimista. e menos conflituoso.

O uso da cor nesta obra é fundamental para a compreensão da atmosfera que Degas busca criar. Os tons verdes dominam o fundo, sugerindo uma atmosfera vernal que é complementada pela pele clara dos banhistas, que contrasta com o tom mais escuro e terroso da grama. Degas consegue uma paleta que não só dá vida às figuras, mas também reproduz a luz natural que nelas incide, transmitindo uma sensação de calor e tranquilidade. Esse delicado uso da cor é característico do estilo de Degas, que muitas vezes brincava com luz e sombra para dar uma sensação de tridimensionalidade e profundidade emocional às suas obras.

Em termos de composição, a obra apresenta quatro figuras femininas num arranjo naturalista. As mulheres, aparentemente absortas em seus pensamentos ou conversas, apresentam diferentes posturas que sugerem relaxamento e aconchego. Cada figura é apresentada com uma individualidade que, embora unida no contexto do grupo, confere a cada um uma personalidade própria. Degas aproxima-se do plano de representação de tal forma que se aprecia uma sensação de movimento sutil, como se as figuras pudessem ganhar vida a qualquer momento. As pinceladas soltas e a atenção aos detalhes na representação das formas corporais acrescentam uma dimensão quase escultural às figuras, que são ao mesmo tempo realistas e ideais na sua forma.

Esta pintura também reflete o interesse de Degas pelos temas da vida cotidiana e da figura feminina, recorrentes em sua obra. As mulheres que apresenta são muitas vezes momentos de um ciclo de vida social diferente, longe do olhar crítico do mundo masculino. As suas figuras exploram a intimidade feminina num contexto privado, abordando subtilmente a relação da mulher com o seu corpo e o espaço que ocupa no seu ambiente. Esta abordagem é representativa do interesse pela modernidade que caracterizou os impressionistas, mas também se distingue pela exibição de um olhar mais introspectivo e menos imediato.

Além disso, é interessante notar que “Bathers in the Grass” pode estar relacionado com as reflexões de Degas sobre o corpo e a forma no ballet e no desporto, que explorou ao longo da sua carreira artística. A representação do movimento parece estar entrelaçada com a inação, sugerindo um conflito interno entre atividade e contemplação que caracteriza o tempo livre das mulheres.

Em suma, “Bathers in the Grass” é uma obra que resume a perspectiva única de Edgar Degas sobre feminilidade e espaço. Através do uso da cor, da composição e da representação de personagens, Degas não só oferece uma visão sobre a vida quotidiana das mulheres no século XIX, mas também convida o espectador a refletir sobre a complexidade da experiência feminina num mundo em mudança. A capacidade de Degas de capturar momentos fugazes de beleza e fragilidade é o que continua a ressoar no público contemporâneo, tornando esta obra um exemplo brilhante de sua maestria artística.

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