Retrato duplo de Marguerite sobre fundo verde 1919


tamanho (cm): 75x60
Preço:
Preço de venda€255,95 EUR

Descrição

Henri Matisse, uma das figuras mais emblemáticas da arte moderna e pioneiro do Fauvismo, lega-nos com a sua obra “Duplo Retrato de Marguerite sobre Fundo Verde” um esplêndido exemplo da sua mestria no uso da cor e da simplicidade da forma. Esta obra, datada de 1919, capta de forma sensível e aguda a essência da sua filha Marguerite, que é retratada não uma, mas duas vezes, numa dualidade que convida o espectador a refletir sobre a multiplicidade de identidade e percepção.

A tela de 75x60 centímetros apresenta Marguerite em duas poses diferentes, cada uma com um jogo de linhas e cores que, embora diferentes, se complementam numa composição harmoniosa. A escolha de um fundo verde mergulha-nos numa atmosfera de calma e equilíbrio, enquanto os traços de Marguerite, delineados com traços simples e confiantes, revelam a capacidade de Matisse em captar a essência com aparente facilidade.

Matisse era conhecido por seu senso inato de cor, atribuindo a cada nuance uma carga emocional que transcendia a mera descrição visual. Nesta obra, o contraste entre o verde do fundo e os tons mais quentes da pele e dos cabelos de Marguerite cria uma leve vibração que confere ao retrato uma vida e profundidade únicas. Não é por acaso que Marguerite, que foi um importante apoio de Matisse tanto na sua vida pessoal como na sua carreira artística, é retratada com uma delicadeza e profundidade emocional muito palpáveis.

O duplo retrato também pode ser interpretado como um diálogo interno, uma exploração meticulosa da personalidade e das relações humanas. Este par de imagens de Marguerite proporciona uma visão íntima e contemplativa, reflectindo não só a aparência física mas também a dimensão psicológica da figura retratada. A atenção aos detalhes em termos de expressão facial e postura corporal destaca o sentido de introspecção e humanidade que Matisse procurou capturar.

Comparando esta obra com outras da sua prolífica carreira, fica evidente que partilhava uma afinidade por retratos que fundem realidade e abstração, criando composições que por vezes beiram o onírico. Obras como “A Música” e “A Alegria de Viver” demonstram um uso ousado e emocional da cor e da forma, características que também ficam evidentes neste duplo retrato. O estilo de Matisse é caracterizado por linhas fluidas e foco na cor como principal meio de expressão, em vez da precisão dos detalhes anatômicos.

“Duplo Retrato de Marguerite sobre Fundo Verde” é uma representação sublime da intersecção entre arte, família e vida interior. Evoca uma conversa silenciosa e perpétua entre as duas figuras, imersas num espaço cromático que ressoa com as emoções mais profundas. Este acesso privilegiado a um momento pessoal, transcrito com a simplicidade e a força da linguagem matissiana, convida-nos a contemplar a beleza da introspecção e a complexa sinfonia da identidade humana.

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