Maçãs e peras em uma cesta redonda - 1872


Tamanho (cm): 75x60
Preço:
Preço de venda$270.00 USD

Descrição

Na obra “Maçãs e peras em uma cesta redonda”, de 1872, Camille Pissarro capta com maestria a essência da natureza por meio de um foco energético na cor e na luz, características que definem sua pesquisa sobre o Impressionismo. Esta pintura, que faz parte do estilo pós-impressionista, reflete a busca de Pissarro em proporcionar aos objetos do cotidiano uma vida interior vibrante, utilizando um delicado equilíbrio entre a representação realista e a expressão de sensações.

À primeira vista, a obra apresenta um cesto redondo cheio de maçãs e peras, dispostas de forma a parecerem repousar naturalmente. A cesta, com sua elaborada estrutura de vime, não é apenas um recipiente, mas torna-se o elemento que une as frutas dentro da tela, atraindo o olhar do espectador. A escolha do cesto cria uma ligação íntima entre o objeto e o ambiente, sugerindo uma paisagem rural que foi essencial na arte de Pissarro.

A cor desempenha um papel central no trabalho. Pissarro usa uma paleta suave, combinando tons quentes e terrosos com toques vibrantes de vermelho, amarelo e verde. As maçãs são representadas em tons de vermelho profundo e amarelo pálido, enquanto as peras, com suas sutis nuances esverdeadas, proporcionam um contraste equilibrado. O tratamento de luz sugere uma iluminação natural suave, que confere volume e textura a cada fruta, criando uma sensação de frescura e organicidade que convida o espectador a imaginar o aroma e a frescura da colheita. É nesta atenção ao detalhe, na forma como Pissarro recria as superfícies e a luminosidade dos frutos, que reside a essência do seu estilo impressionista.

Através de sua técnica de pinceladas soltas e entrelaçadas, Pissarro consegue transmitir a atmosfera vibrante do momento em que capturou esta cena. O Impressionismo foi um movimento que procurou não só retratar a realidade visual, mas também captar a impressão temporal que os momentos causam, e em “Maçãs e peras num cesto redondo”, esta procura traduz-se num equilíbrio entre a estabilidade da composição e o transitoriedade do momento representado.

A obra se destaca pela singularidade dentro da obra de Pissarro, que tradicionalmente também abordava paisagens e cenas do cotidiano em suas obras. “Maçãs e peras num cesto redondo” reflecte a sua capacidade de transformar o quotidiano num objecto de contemplação, realçando a beleza no simples. É um exemplo representativo de como os protagonistas de suas obras podem ser objetos inanimados que adquirem significado e vida através da luz, da cor e da composição.

Não há personagens visíveis nesta pintura; O foco está na interação dos objetos, que passam a ganhar vida própria na tela. Esta escolha poderia ser interpretada como uma afirmação sobre a importância do simples e do essencial na vida, tema que ressoou na filosofia de muitos artistas do seu tempo. A intimidade e o calor da obra refletem uma profunda ligação com a natureza e o mundo que Pissarro quis retratar, proporcionando ao espectador uma experiência que transcende a mera observação visual.

Em resumo, “Maçãs e peras num cesto redondo” é uma obra que sintetiza o espírito da procura artística de Camille Pissarro, onde o universo da vida quotidiana se transforma e enriquece através da pintura. Através de uma combinação de técnica, cor e composição, Pissarro convida-nos a encontrar beleza e significado na simplicidade de objetos aparentemente triviais, fazendo desta pintura uma peça obrigatória na evolução da arte impressionista.

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