O jarro de estanho 1917


tamanho (cm): 40 x 60
Preço:
Preço de venda€174,95 EUR

Descrição

Henri Matisse, uma das figuras mais proeminentes da arte moderna, oferece-nos com "The Pewter Jug" uma janela para o seu mundo artístico em 1917. A obra, medindo 42x60, está imbuída de habilidade técnica e uma profunda compreensão da cor e da forma que caracteriza o artista. Nesta natureza morta, Matisse apresenta uma cena de aparente simplicidade, mas rica em complexidade e sutileza visual.

A composição centra-se num jarro de estanho, rodeado de vários elementos sobre uma mesa. O próprio jarro, com tons metálicos e formato robusto, funciona como âncora visual da pintura. Ao seu redor, Matisse possui uma série de objetos que enriquecem a narrativa visual: uma bandeja com frutas, um copo e um prato decorado. Esses elementos, embora cotidianos, adquirem uma qualidade quase escultural sob o olhar de Matisse, que consegue captar a essência dos objetos através do domínio da cor e da forma.

A escolha da cor é particularmente notável. Os tons vibrantes das frutas contrastam lindamente com os tons cinza frios da jarra de estanho. Os vermelhos e amarelos das frutas confrontam o azul intenso de um tecido que aparece dobrado ao fundo, criando uma tensão visual que direciona o olhar do observador por toda a composição. Matisse emprega aqui seu característico domínio da cor, técnica que aprendeu e aperfeiçoou durante seu envolvimento com o fauvismo, movimento artístico que ajudou a fundar.

O tratamento de luz e sombra é outra característica notável deste trabalho. A luz parece vir de um ponto fora do campo de visão, iluminando sutilmente os objetos sobre a mesa e criando sombras suaves que acrescentam profundidade sem prejudicar a clareza. Este delicado uso da luz não só acrescenta realismo, mas também evoca uma atmosfera íntima e tranquila, convidando o espectador a contemplar os mínimos detalhes e apreciar a composição na sua totalidade.

Embora “The Pewter Jug” não apresente figuras humanas, a presença quase tangível dos objetos sugere uma narrativa latente. Os elementos dispostos sobre a mesa são testemunhas silenciosas de uma realidade ausente mas insinuada, como se tivessem acabado de ser dispostos ou utilizados. Esta natureza morta torna-se, portanto, uma meditação sobre o tempo e a presença, captando um momento efémero em que o inanimado ganha vida.

A obra faz parte de um momento particular da carreira de Matisse, em que o artista explorou novas formas de expressão após suas experiências com o fauvismo. Embora a cor continue a ser um elemento central, aqui Matisse mostra uma tendência para a simplificação das formas e um maior interesse pela pureza da linha, aspectos que predominariam na sua produção artística nos anos seguintes.

Em suma, “The Pewter Jug” é uma peça que exemplifica a capacidade de Henri Matisse de transformar o ordinário em extraordinário. A mestria com que combina cores, formas e composições subtis revela a sua profunda compreensão da natureza objectiva e convida-nos a uma reflexão serena sobre os objectos do quotidiano e a sua beleza implícita.

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