Descrição
Encomendado pelo duque italiano Ferdinando II de Medici, Os Horrores da Guerra foi pintado entre 1637 e 1638 e hoje está pendurado na Galeria Palatina do Palazzo Pitti em Florença. Embora a pintura retrate Marte, o deus romano da guerra, marchando do Templo de Jano incitado por Alecto, a fúria da guerra, e contido por Vênus, representado com a típica moda voluptuosa rubenesca, acredita-se que Rubens empregou a alegoria da mitologia romana como um comentário político sobre a Guerra dos Trinta Anos, que na época havia devastado a Europa por duas décadas.
Em a pintura vê-se Marte, o deus da guerra, sendo apresentado a uma escolha. Deve continuar sua marcha para a guerra ou deve mostrar misericórdia e recuar? Figuras que representam as diferentes qualidades da guerra e da paz o cercam, encorajando-o a seguir seu exemplo. Alecto, uma das três deusas da vingança (conhecidas como as Fúrias), o empurra para a frente, enquanto Vênus, a deusa do amor, tenta contê-lo.
À esquerda, uma mulher que simboliza a Europa levanta os braços angustiada diante da perspectiva da guerra. À direita, as realidades da guerra são expostas: os monstros da Peste e da Fome cospem fogo sobre uma massa acovardada de corpos que personificam as alegrias dos tempos de paz: Harmonia, Fecundidade, Maternidade e Caridade.
Apesar da ilustração convincente do artista sobre Os Horrores da Guerra de Rubens, os espectadores contemporâneos saberiam que a guerra está na natureza de Marte, e que mesmo as persuasões tentadoras de sua amante, Vênus, não seriam suficientes para detê-lo.