Magú - 1937


Tamanho (cm): 50 x 65
Preço:
Preço de venda919,00 lei RON

Descrição

A pintura "Magú" de Fujishima Takeji, realizada em 1937, é um notável exemplo da fusão entre a estética tradicional japonesa e as influências modernistas que caracterizam sua obra. Fujishima, reconhecido como um dos mestres do nihonga, um estilo de pintura japonês que utiliza materiais tradicionais, emprega aqui sua destreza técnica para explorar a representação da figura feminina através de um olhar contemporâneo.

No centro da composição encontra-se a figura de Magú, uma deidade da longevidade, cuja representação se afasta dos convencionalismos da iconografia japonesa tradicional. A figura feminina, que irradia uma presença única, é caracterizada por sua postura relaxada e sua expressão serena, elementos que sugerem uma conexão íntima com a natureza que a rodeia. Magú é representada levemente inclinada, o que dá uma sensação de movimento sutil, como se estivesse interagindo com seu entorno. A apresentação artística ressalta a fusão do humano com o divino, um tema recorrente na cultura japonesa.

O uso da cor em "Magú" é fascinante, destacando uma paleta que combina tons quentes e frios em uma harmonia quase musical. Os toques de verde e azul contrastam com os tons mais quentes de sua pele, criando um ambiente envolvente. A forma como Fujishima utiliza as transições de cor para modelar a figura de Magú é um testemunho de sua habilidade técnica e sua profunda compreensão da luz e da sombra. As texturas que ele consegue na superfície parecem convidar o espectador a se aproximar e contemplar os detalhes, desde os delicados pregas da vestimenta até a sutileza do fundo que, embora menos proeminente, enriquece a experiência visual.

O fundo de a pintura, embora não esteja carregado de detalhes, se insinua como uma paisagem que sugere o ambiente natural de Magú. Essa escolha de um fundo sutil permite que Magú se destaque, mantendo o foco de atenção na figura, mas também estabelece um contexto que reforça sua conexão com a natureza. A forma como o artista consegue um equilíbrio entre a figura e o fundo é um testemunho de sua maestria na composição.

Fujishima Takeji, nascido em 1866, foi uma figura central no desenvolvimento da arte japonesa moderna, fundindo sua herança cultural com influências ocidentais. Através de suas obras, explorou temas de identidade, espiritualidade e a beleza do efêmero, e "Magú" é uma clara representação dessas explorações. A obra se situa paralelamente a outras representações de deidades em a pintura japonesa, mas a abordagem pessoal e contemporânea que Fujishima dá ao seu sujeito a distingue em sua época.

Em resumo, "Magú" é mais do que uma representação de uma deusa tradicional; é uma obra que convida à reflexão sobre a interseção da modernidade e da tradição, e sobre a própria experiência da cultura japonesa em um período de transformação. Fujishima, através de sua habilidade técnica e sua visão criativa, consegue capturar uma essência que, embora vinculada ao seu contexto histórico, ressoa profundamente com audiências contemporâneas. A obra é um testemunho de uma época em que a arte japonesa se aventurou por novas terras, ao mesmo tempo em que se agarrava às suas raízes culturais.

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