Carcaça de Vitela - 1924


Tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda1.028,00 lei RON

Descrição

A "Carcaça de Carne" de Chaim Soutine, criada em 1924, é um exemplo notável do estilo expressionista característico do artista. Soutine, nascido na Lituânia e membro do movimento École de Paris, encontrou a sua voz artística na representação exuberante e visceral da vida quotidiana e da natureza morta, uma inclinação que se manifesta nesta pintura de forma perturbadora e cativante. Através da imagem de uma carne esfolada, Soutine evoca o ciclo de vida e morte, a fragilidade da existência, bem como a beleza intrínseca que pode ser encontrada no macabro e no grotesco.

A composição da obra é marcante. A carcaça, colocada num cenário sombrio, torna-se o ponto focal para onde convergem todos os outros elementos. O fundo é um tom marrom profundo que acentua a palidez da pele exposta, criando um contraste dramático que chama a atenção do observador. As cores são intensas e nada naturalistas, com uma paleta que engloba variações de vermelhos, verdes escuros e pretos; uma escolha que emana a brutalidade do sujeito. As pinceladas são soltas e dinâmicas, acrescentando sensação de movimento e vida mesmo na representação da morte. Essa técnica está alinhada à estética expressionista, que busca expressar emoções profundas por meio de formas e cores distorcidas.

Ao contrário da representação tradicional da carne na arte, que muitas vezes tem conotações de celebração da abundância, aqui Soutine apresenta uma abordagem crua, quase visceral. A pele da carne parece vibrar sob o pincel do artista, como se ainda conservasse uma essência de sua vida anterior. Este tratamento do tema pode ser interpretado como uma reflexão sobre a mortalidade e a matéria, explorando a relação entre o ser humano e os ciclos da vida. Ao observar a obra, o espectador é convidado a confrontar a sua própria percepção da vida e da morte, tema recorrente na obra de Soutine.

Não há figuras humanas na composição, o que intensifica o sentimento de solidão e abandono, eco do ambiente em que esta obra se situa dentro da história da arte. Soutine afasta-se dos retratos e cenas da vida quotidiana, centrando-se em objectos que comunicam uma carga emocional profunda, embora sem a presença evidente do homem. Esta ausência de personagens sublinha a implacabilidade do ciclo da vida, onde o que antes estava vivo é agora apenas carne, despojado da sua história.

"Carcaça de Carne" também se enquadra em uma tradição mais ampla de pintura de naturezas mortas, mas Soutine distorce esse gênero, levando-o além da mera representação. Tal como outros artistas da sua época, como Georges Braque ou Pablo Picasso, a obra sugere uma nova linguagem visual onde as emoções e as sensações têm precedência sobre a precisão. Soutine, no entanto, traz sua voz única para esta conversa, levando a decomposição da forma a novos patamares arrepiantes. Além disso, a obra foi criada num período em que o diálogo sobre a condição humana e a sua relação com a natureza estava num ponto de ebulição na arte europeia.

Em suma, “Carcaça de Carne” é uma obra de arte que não só provoca a reflexão sobre a natureza da existência, mas também desafia o espectador a reconsiderar a sua relação com a vida e a morte. A capacidade de Soutine de infundir uma experiência tão visceral em um objeto inanimado é uma prova de seu domínio técnico e emocional. A obra representa não apenas um vestígio da sua própria época, mas também um marco significativo na evolução do expressionismo e na exploração da vulnerabilidade inerente ao ser.

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