Tristes pressentimentos do que está por vir - 1810


Tamanho (cm): 75x60
Preço:
Preço de venda€217,95 EUR

Descrição

A obra “Tristes pressentimentos do que está por vir” (1810) de Francisco Goya constitui-se como uma poderosa manifestação do contexto sociopolítico e emocional do seu tempo, captando as preocupações de uma nação à beira da guerra. Esta pintura, que faz parte da série "Pinturas Negras", é um reflexo direto das tensões que assolaram a Espanha durante o início das Guerras Napoleônicas. Através da sua composição, Goya oferece-nos uma visão quase profética, permeada de melancolia e de uma sinistra presciência de calamidade.

Na obra, vê-se uma paisagem sombria que se desdobra em um fundo acinzentado e escuro, evocando uma atmosfera de desolação. O uso da cor se destaca pela intensidade emocional; A paleta baixa em tons opacos sublinha a tristeza e a desesperança que emanam da cena. Goya, com maestria, aplica pinceladas soltas e determinadas que proporcionam sensação de imediatismo e rugosidade, enfatizando a carga emocional da pintura.

O tema visual central inclui duas figuras em primeiro plano, cujas silhuetas são estilizadas e próximas do ideal de romantismo que o artista viria a cultivar. Estas figuras, um homem e uma mulher, estão em atitude de luto, com expressões faciais que exalam angústia e desamparo. A mulher olha com um misto de resignação e medo, enquanto o homem, embora parcialmente obscurecido pela escuridão, parece contemplar o que se aproxima, como se fosse o último vestígio de esperança face a um futuro inevitavelmente sombrio.

A composição leva o olhar do espectador para o fundo da obra, onde um céu ameaçador paira sobre a paisagem. Esta manipulação do espaço não só direciona a atenção para a desgraça iminente, mas também intensifica a sensação de claustrofobia emocional do conjunto. Elementos da natureza, como nuvens pesadas e terreno árido, reforçam o tom apocalíptico; Nesse sentido, Goya consegue universalizar o sentimento de angústia humana diante do desconhecido.

Goya, o mestre da arte espanhola do século XVIII e início do século XIX, situa-se numa intersecção crucial entre o neoclassicismo e o romantismo, um lugar onde a intensidade emocional e a representação visceral podem florescer. Em suas obras, como “3 de maio de 1808” ou “A Família de Carlos IV”, podem ser observadas semelhanças temáticas que exploram a condição humana, a brutalidade da guerra e a angústia existencial. "Sad Pressentiments of Things to Come" compartilha essa exploração, mas seu foco na perspectiva subjetiva do que está por vir faz com que ressoe intimamente com o espectador.

Em suma, "Tristes pressentimentos do que está por vir" não é simplesmente uma pintura; É uma declaração poderosa, um testemunho de um momento de crise na história de Espanha. Goya, através do seu domínio da cor e da forma, cria uma obra que transcende o seu tempo, que falará às gerações futuras sobre o medo, a perda e a luta inevitável contra o que se aproxima no horizonte da humanidade. A obra, que capta a essência do humanismo que Goya defendeu, continua a ser um farol de reflexão sobre as nossas próprias ansiedades e esperanças.

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