Hamerocallis - 1917


tamanho (cm): 55x60
Preço:
Preço de venda801,00 zł PLN

Descrição

A obra “Hamerocallis” de Claude Monet, pintada em 1917, é um excelente exemplo do estilo impressionista que caracterizou toda a sua carreira. Monet, conhecido como um dos fundadores do movimento, dedicou-se a captar a luz e a cor nas suas diversas manifestações e, nesta peça, fá-lo de uma forma particularmente vibrante e emocional. O trabalho centra-se na representação de flores diurnas, especificamente da flor conhecida como Hemerocallis, ou lírio diurno, que se apresenta com um tratamento quase abstrato através de uma pincelada solta e aplicada de forma dinâmica.

A partir de uma inspeção cuidadosa da obra, pode-se apreciar a complexidade da composição. As flores, com seus tons amarelos e alaranjados, emergem de um fundo suave e desfocado, onde predominam os verdes e os azuis. Este uso da cor não apenas descreve a realidade visual, mas ao mesmo tempo evoca uma sensação de frescor e vitalidade. Monet utiliza cores complementares e contrastes sutis para dar vida às flores, criando um efeito quase luminoso que parece captar a essência do momento. As pinceladas são soltas e expressivas, agregando um toque tátil à pintura; o espectador quase pode sentir a brisa passando pelas flores.

Nesta obra, a falta de figuras humanas destaca a importância da paisagem natural, tema recorrente na obra de Monet. Suas obras muitas vezes apresentam as pessoas como meros complementos do meio ambiente, mas aqui a atenção está totalmente voltada para a flora. Isto reflecte uma fase do seu trabalho em que Monet se aprofunda mais no abstracto, talvez influenciado pela deterioração da sua visão nos seus últimos anos, onde a essência e a emoção da natureza têm precedência sobre os detalhes explícitos.

Um dos aspectos mais fascinantes de “Hamerocallis” é como Monet conseguiu combinar a simplicidade das formas naturais com o potencial expressivo da cor. Em vez de representar uma imagem estática, a pintura consegue captar a beleza do hemerocallis e convidar o espectador a uma experiência sensorial que transcende a simples observação. Esta abordagem poética da pintura é característica de Monet, que procurou não apenas retratar o mundo, mas também transmitir a transitoriedade da percepção.

Esta tela alinha-se com outras obras de Monet no seu período tardio, onde a abstração começa a desempenhar um papel mais significativo. Pinturas como “Nenúfares” e “O Jardim de Monet em Giverny” apresentam semelhanças temáticas e técnicas. Neles também se percebe uma forte interação entre luz, cor e forma, bem como um movimento em direção ao abstrato que caracteriza sua última etapa.

Em suma, “Hamerocallis” de 1917 é mais do que uma simples representação de uma flor; é uma meditação sobre a luz, a cor e a percepção do mundo natural. Cada pincelada parece sugerir um momento efêmero, uma experiência visual que evoca não só a beleza da natureza, mas também a subjetividade da canção da vida através do olhar de um dos maiores mestres do impressionismo. Esta obra, com a sua paleta rica e tratamento vibrante, não só comemora a era de Monet, mas também transcende o seu tempo, convidando à reflexão contínua sobre a nossa relação com a arte e a natureza.

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