Descrição
Peter Paul Rubens completou A violação das filhas de Leucipo em 1618 e contém sua característica mistura de simbolismo e atividade em uma tela vibrante.
O lirismo, a eloquência e a sensualidade que caracterizam toda a sua obra já se manifestam nas composições mitológicas de Rubens de 1600-1620. Muitas vezes são obras terrenas e vigorosas, como O rapto das filhas de Leucipo.
As duas filhas do rei Leucipo estavam comprometidas com um par de gêmeos, primos de Castor e Pólux. Mas o último par levou as donzelas e teve filhos com elas. Vêem-se guerreiros armados no ato de agarrar as donzelas nuas e levá-las a cavalo.
A história por trás desta pintura é que os irmãos gêmeos Linceu e Idas de Tebas, filhos do irmão de Tíndaro, Afareu, concordaram em se casar com as duas filhas, frustrando Castor e Pólux, que as queriam para si. Isso forçou a mão deles e levou a esta cena agressiva de sequestro.
A composição deste quadro se abre para cima como o florescimento de um ramo. As duas diagonais divergentes se elevam desde a base do quadro, onde os pés do cativo e do agressor estão colocados lado a lado. Os volumes ascendem desse ponto, residindo harmoniosamente em sucessivos pontos de equilíbrio, enquanto as formas brancas luminosas das vítimas nuas contrastam com os corpos bronzeados e arreios de seus violadores hirsutos. Aqui se conciliam completamente as tendências classicista e barroca de Rubens.