A Bordadeira (Mulher Bordando em um Jardim) - 1898


Tamanho (cm): 55x60
Preço:
Preço de venda2.594,00 NOK

Descrição

A obra “A Bordadeira” (Mulher Bordando no Jardim), criada em 1898 por Pierre-Auguste Renoir, representa um dos momentos culminantes do estilo impressionista, aceitando com honestidade e lirismo a vida cotidiana e os prazeres simples. Nesta pintura, Renoir capta uma mulher concentrada no seu bordado, situada num jardim que parece ganhar vida própria graças ao uso vibrante da cor e da luz.

A figura central da obra, que se apresenta vestida com um vestido branco com detalhes em renda, irradia uma feminilidade suave e delicada, que a situa não só no contexto doméstico, mas também na intimidade dos tempos livres da mulher. A luz suave que se filtra pela vegetação do jardim brinca na pele, realçando as nuances do tom e criando uma atmosfera quase etérea. A roupa da mulher, com o seu branco brilhante sobre o fundo verde e natural, estabelece um contraste que dá vida à cena, realçando tanto a sua figura como a sua dedicação ao bordado.

O jardim envolvente desenvolve-se numa exuberante amálgama de verdes, onde toques de vermelho, amarelo e azul sugerem flores brilhantes, símbolo do esplendor da natureza. Renoir é conhecido pela sua capacidade de captar o efeito da luz na natureza e, aqui, a forma como as cores se misturam e se sobrepõem revela a sua mestria. As pinceladas soltas e gestuais utilizadas para representar as folhas e flores demonstram seu interesse pela vida vibrante lá fora, bem como pelo efeito que a luz produz sobre esses elementos.

A composição é cuidadosamente equilibrada. A mulher é posicionada levemente deslocada para um dos lados da tela, o que direciona o olhar do espectador para o ato de bordar, enfatizando tanto a ação quanto a contemplação. Renoir, através desta abordagem composicional, convida-nos a partilhar um momento de introspecção e serenidade, apontando a harmonia entre o ser humano e o seu ambiente natural. Esta ligação com a natureza é um tema recorrente na obra de Renoir, que explorou frequentemente a relação entre o indivíduo e o mundo que o rodeia.

Se considerarmos a época em que foi pintada, finais do século XIX, “A Bordadeira” situa-se num momento histórico particular onde as mulheres começavam a ter mais espaço para a expressão e a vida intelectual, embora ainda estivessem confinadas para certos papéis tradicionais. Esta obra, como outras de Renoir que retratam o quotidiano e a intimidade, dá-nos uma visão da relação da mulher com o seu ambiente, bem como das suas paixões pessoais. Sua subjetividade e conexão com o lazer tornam-se palpáveis, vistas pelo olhar do artista.

No contexto mais amplo do Impressionismo, “A Bordadeira” pode ser comparada a outras obras de Renoir que apresentam a vida cotidiana, como “A Leitura” ou “As Damas à Mesa”, onde a luz, a cor e as figuras interagem para formar um todo. harmonioso. Renoir consegue, com sutileza única, captar a essência feminina em sua busca pela serenidade e pela beleza, oferecendo ao espectador uma visão ao mesmo tempo pessoal e universal.

Esta obra torna-se assim um testemunho não só da habilidade técnica de Renoir, mas também da sua capacidade de evocar um estado emocional, ancorado na simplicidade do momento. “A Bordadora” transcende o ato de bordar para se tornar um símbolo do cotidiano e do íntimo, uma celebração de um momento em que luz, forma e cor se entrelaçam para capturar a essência da própria existência.

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