Jarro de metal, limão e poltrona 1939


tamanho (cm): 50 x 60
Preço:
Preço de venda2.498,00 NOK

Descrição

A obra “Jarra de Lata, Limão e Poltrona” (1939) de Henri Matisse é uma joia pertencente ao período de maturidade de um dos mais influentes mestres da arte moderna. Nesta pintura de 50x60 cm, Matisse consegue captar uma composição aparentemente simples, mas profundamente rica em significado e técnica. A obra, à primeira vista, pode parecer uma natureza morta convencional, mas uma inspeção mais detalhada revela as sutilezas que definem o estilo único do artista.

A composição da obra destaca-se pela ordem e equilíbrio. Os elementos principais, um jarro de lata, um limão e uma cadeira ao fundo, criam uma sensação de serenidade e estabilidade. A jarra de lata, colocada no centro da composição, funciona como eixo visual que orienta o olhar do espectador. Esta escolha de objetos do cotidiano não é acidental; Matisse tinha um talento especial para transformar o comum em algo extraordinário através do uso da cor e da forma.

A cor nesta pintura é usada com maestria. Matisse, conhecido pelo uso inovador e ousado da cor, privilegia aqui uma paleta limitada, mas muito eficaz. O cinza metálico da jarra contrasta harmoniosamente com o amarelo vibrante do limão, chamando a atenção para estes dois pontos focais. A cadeira ao fundo, em tons mais suaves, serve como elemento coeso que equilibra a composição sem roubar o protagonismo dos objetos principais. A decisão de utilizar um tecido de fundo de tom quente cria uma moldura que envolve toda a cena, proporcionando calor e profundidade.

Outro aspecto que merece destaque é a textura e o cuidado com que Matisse trata cada objeto. O jarro de lata é representado com tal precisão que quase se sente a sua frieza e solidez, enquanto o limão, com a sua casca áspera, convida o espectador a imaginar a sua textura. Essas qualidades táteis são uma prova do domínio técnico de Matisse e de sua capacidade de se conectar com o espectador em um nível sensorial profundo.

A cadeira, embora relegada a segundo plano, desempenha um papel essencial na narrativa da obra. A sua presença não só proporciona uma sensação de espaço e contexto, mas também introduz uma referência humana indireta, evocando a ideia de habitabilidade e conforto. É como se os objetos inanimados fossem testemunhas silenciosas da vida que acontece ao seu redor.

É interessante notar que “Jarra de Lata, Limão e Poltrona” foi feita numa época em que Matisse estava profundamente envolvido na exploração das possibilidades expressivas da cor e da forma. Ao longo da década de 1930, o artista avançou para uma maior simplificação e estilização dos seus elementos pictóricos, influenciado pelo seu interesse pela arte islâmica, pelas figuras recortadas e pelo seu próprio desenvolvimento interno como artista.

Em suma, “Jarra de Lata, Limão e Poltrona” é um exemplo perfeito da genialidade de Henri Matisse. A obra, com a sua aparente simplicidade, é um testemunho da sua capacidade de captar a essência dos seus temas através de uma síntese requintada de cor, forma e composição. Esta pintura não reflete apenas o seu domínio técnico, mas também a sua profunda compreensão da arte como meio de expressar a beleza inerente ao mundo quotidiano.

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