Flores - 1914


Tamanho (cm): 50x60
Preço:
Preço de venda2.428,00 NOK

Descrição

Na notável obra “Flores – 1914” de Juan Gris, o espectador é imerso num mundo de formas geométricas e numa paleta de cores criteriosamente escolhida, onde os elementos se entrelaçam e se reconfiguram para oferecer uma experiência visual que vai além da simples representação. Juan Gris, um dos maiores expoentes do cubismo, consegue nesta pintura uma síntese magistral da natureza e da forma abstrata cubista, criando uma obra que é ao mesmo tempo um estudo da cor e um exercício composicional de representação da realidade.

Neste trabalho, as flores, dispostas em um vaso, passam a ser o centro das atenções. Gris utiliza uma abordagem analítica que quebra as formas tradicionais e as reinterpreta numa linguagem visual que se afasta da perspectiva ilusionista clássica. O vaso e as flores são apresentados através de uma série de formas simplificadas e planos coloridos sobrepostos, criando uma sensação de profundidade e volume apesar da falta de um espaço tridimensional convencional. Este estilo é característico de Gris, que, embora intimamente associado a Pablo Picasso e Georges Braque, desenvolve uma linguagem cubista própria, marcada por uma clareza e ordem que lhe são próprias.

A paleta de "Flores - 1914" é um reflexo da habilidade técnica de Gris. Os tons terrosos de marrom e ocre são suavizados por tons de verde e pequenos toques de vermelho e amarelo, trazendo vibração ao cenário. Esta escolha de cor serve não só para delinear as formas, mas também acrescenta uma dimensão emocional à obra, evocando um ambiente de calma e contemplação. A forma como Gris inter-relaciona cores e formas convida o espectador a refletir sobre a própria natureza da pintura e a sua relação com a realidade natural.

Não há figuras humanas em “Flores - 1914”, indicando uma intenção deliberada de focar na temática botânica. Contudo, o vazio da figura humana pode dar lugar a uma interpretação mais profunda, sugerindo que a beleza da natureza pode ser suficiente para ocupar o nosso campo de atenção. Esta decisão ressoa no contexto do cubismo, onde se procura frequentemente diluir elementos narrativos em favor de uma abordagem mais centrada na forma e na cor.

De referir que esta obra foi criada num período de efervescência artística para Gris, pouco depois de se mudar para Paris, onde encontrou uma rica mistura de influências artísticas que vão do modernismo à arte popular. A obra pode ser considerada em diálogo com outras obras contemporâneas do movimento cubista, que exploram de forma semelhante a decomposição e reestruturação das formas, oferecendo ao espectador múltiplas visões e compreensões sobre um mesmo tema.

“Flores - 1914” não se destaca apenas pela execução técnica, mas também serve como testemunho do talento de Juan Gris em extrair poesia visual do cotidiano. A obra convida à contemplação e à introspecção, instando-nos a olhar além do óbvio e a descobrir a profundidade e a complexidade da experiência visual. Assim, “Flores” assume-se como uma peça central que encapsula a essência do Cubismo, ao mesmo tempo que revela a singularidade e sensibilidade do artista que conseguiu elevá-la ao patamar de arte significativa. Neste sentido, a obra não é apenas um reflexo da sua época, mas também estabelece uma ponte entre o familiar e o inovador, unindo em si a beleza efémera das flores com a eternidade da arte.

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