Mulher camponesa em uma horta de repolho - 1885


tamanho (cm): 60 x 60
Preço:
Preço de venda2.724,00 NOK

Descrição

A obra “Camponesa numa horta de salada de repolho” (1885), de Camille Pissarro, é um testemunho monumental do interesse da artista pela vida rural e pela dignidade do trabalho agrícola. Pissarro, considerado um dos pais do Impressionismo, utiliza esta pintura para captar a essência do mundo camponês, numa época em que a modernização e a industrialização começavam a deixar a sua marca na sociedade europeia.

Nesta obra, o primeiro plano é dominado pela figura de uma camponesa, inclinada para a frente enquanto colhe ou cuida de uma paisagem de exuberantes folhas de couve. A figura humana, embora central na composição, apresenta-se de forma contida, quase fundindo-se com o ambiente natural. Neste ponto, Pissarro consegue um equilíbrio entre o sujeito e o seu ambiente, sugerindo uma ligação íntima e quase simbiótica entre a mulher e a terra que ela cultiva. A expressão da camponesa, visível no rosto e na postura, reflete a concentração e a seriedade do trabalho, o que acrescenta um sentido de respeito pela vida de quem apoia a agricultura.

A paleta de cores é característica do impressionismo, com predominância de verdes terrosos e tons de marrom, que evocam a natureza. Pissarro emprega uma técnica de pinceladas leves e soltas que captura a luz com eficácia, conferindo à pintura uma qualidade de vida vibrante. Sombras suaves e variações no tom dos verdes criam uma atmosfera de tridimensionalidade e frescor, enquanto o fundo é desenhado com um véu computadorizado que sugere a continuidade da paisagem além do campo de visão imediato.

O uso da perspectiva também é notável. A disposição diagonal das fileiras de couves conduz o olhar do espectador ao longo da pintura, convidando-o a explorar o espaço representado. À medida que o nosso olhar sobe pela composição, o fundo desenvolve-se numa paisagem mais ampla, com ligeiros indícios de outras intempéries da natureza, o que pode ser visto como uma lembrança da realidade que a camponesa enfrenta no seu trabalho quotidiano.

Na época em que Pissarro pintou esta obra, os caminhos do realismo e do impressionismo convergiam, permitindo-lhe explorar temas sociais em sua arte. "Mulher Camponesa de Colesard" pode ser visto como um comentário sobre a vida das classes trabalhadoras num momento de mudanças sociais e económicas. A sua ênfase na vida rural contrasta com representações mais idealizadas do campo, mostrando o trabalho árduo daqueles que dependem da agricultura para viver.

Além disso, é interessante notar que Pissarro, ao longo da sua carreira, defendeu a inclusão do mundo rural na conversa artística. Pintou frequentemente camponeses e operários, dando-lhe um lugar na história da arte, fenómeno que se consolida noutras obras de contemporâneos como Jean-François Millet e Vincent van Gogh.

"Mulher Camponesa num Jardim de Coles" não é apenas um estudo visual do ambiente rural e da sua gente, mas também uma declaração de princípios sobre o valor do trabalho e a autenticidade da vida camponesa. A obra fala de uma realidade muitas vezes ignorada na arte da sua época, mas que ganha vida na vibrante representação de Pissarro, tornando-se assim um emblema do espírito do impressionismo: uma exploração da luz, da vida e do vínculo inquebrável entre o homem e o seu ambiente. .

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