Uma Mulher Sentada - Nua até a Cintura - 1637


Tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda€248,95 EUR

Descrição

A obra "Uma Mulher Sentada - Nua até a Cintura", criada por Rembrandt em 1637, é um excelente exemplo de como o mestre holandês abordou a figura humana, particularmente no contexto da arte holandesa da Idade de Ouro. Nesta pintura, uma mulher aparece reclinada numa pose relaxada, enquanto o seu torso nu revela uma profunda sensação de vulnerabilidade e intimidade. A escolha do nudismo na representação da figura feminina reflecte uma percepção de erotismo e de dignidade, aspecto característico de vários trabalhos da artista.

A mulher senta-se naturalmente, com um braço estendido para baixo, o que acentua a curva da sua figura. Sua expressão é serena, capturando um momento de contemplação. Rembrandt demonstra habilidade magistral no uso de luz e sombra, criando um jogo sutil que não apenas define os contornos de seu corpo, mas também estabelece um diálogo emocional com o espectador. O claro-escuro, técnica em que o contraste entre luz e sombra cria volume, é particularmente eficaz aqui, conferindo à figura uma tridimensionalidade que parece quase palpável.

A cor da obra é caracterizada por uma paleta de tons quentes, que inclui ocres, dourados e tons terrosos. Essa escolha cromática não só traz uma sensação de calor e conforto à composição, mas também enfatiza a textura da pele e da roupa que a mulher veste, ainda que parcialmente, agregando um aspecto de realismo à representação. A rica tonalidade do fundo escuro serve para realçar a figura principal, criando uma atmosfera que convida à contemplação e à intriga.

A figura feminina na arte de Rembrandt tem sido frequentemente objecto de análise em termos da sua relação com as construções de género e a representação das mulheres no seu tempo. Neste trabalho, a mulher não é apenas um objeto de desejo; A sua representação transmite uma experiência emocional autêntica, sugerindo uma narrativa para além da imagem. Rembrandt, conhecido pela sua capacidade de captar a essência do ser humano, apresenta esta mulher sem adornos supérfluos, dignificando-a e conferindo-lhe uma personalidade singular que transcende a mera representação física.

Na tradição da arte flamenga e holandesa, a figura humana sempre teve um papel predominante, e “Uma Mulher Sentada – Nua até a Cintura” está no ápice deste diálogo através da sua abordagem ousada ao tema do nu. Comparada com outras obras contemporâneas e de repertório próprio, como “A Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp”, nota-se que esta obra esclarece a teatralidade e a estrutura rígida para mergulhar na intimidade e emotividade do momento, sugerindo uma evolução na representação da figura feminina na pintura ocidental.

Entrando no contexto da sua criação, é relevante ter em mente que, durante a década de 1630, Rembrandt foi estabelecendo a sua reputação como um dos grandes mestres do seu tempo. Seu estilo era caracterizado por uma profunda sensibilidade psicológica, em que o cotidiano e os temas mais complexos da condição humana encontravam espaço na tela. Ao observar “Uma Mulher Sentada – Nua até a Cintura”, podemos apreciar não só o domínio técnico de Rembrandt, mas também a sua capacidade de transmitir uma ligação emocional que ressoa através dos séculos. Este trabalho continua a ser um testemunho da capacidade do artista de capturar a complexidade da humanidade numa imagem simples e poderosa.

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