Descrição
A obra mais brilhante da época inicial de van der Goes é o Retábulo de Monforte, que deve seu nome à localidade onde se encontrava, em um colégio pertencente a um grupo de jesuítas espanhóis, antes de ser transferido posteriormente para o museu de Berlim. Trata-se de um tríptico de grandes dimensões, do qual apenas se conservou até os nossos dias o painel central, um longo retângulo horizontal. Um grupo de anjos flutuantes foi amputado da parte superior do painel e as duas alas desapareceram. O tema da pintura sobrevivente é a adoração dos Reis Magos.
Os Reis Magos e seus seguidores encontram-se com a Virgem, o Santo Menino e José no meio das ruínas de um palácio. Um grupo de aldeões observa esta cena extraordinária através de uma abertura na parede. As figuras, tanto de atores quanto de testemunhas, são mostradas todas na mesma escala, sejam humildes ou magníficas. Não são reticentes nem exaltadas, mas reagem ao acontecimento de diversas maneiras, surpresas ou constrangidas. Ao fundo podemos ver algumas mulheres, umas casinhas e um rio ao lado do qual esperam os cavalos dos Reis. Em primeiro plano, as flores simbólicas, o lírio e a aquilégia, e uma vasilha de cerâmica são representadas com grande cuidado. Um diminuto esquilo corre ao longo de uma das vigas sobre a abertura através da qual os aldeões observam a cena. Van der Goes deu rédea solta à sua imaginação.
As figuras da imagem são fiéis à vida em uma medida que vai muito além de tudo o que foi alcançado na arte holandesa até aquele momento. Poucas vezes o tema da Adoração foi recriado com tanta emoção. A interpretação dos tecidos e objetos custosos, a riqueza das cores e a imediatez do acontecimento dão a esta parte do mistério da salvação uma proximidade ao presente que seus espectadores contemporâneos devem ter percebido como um sinal do significado vivo dos acontecimentos.
Os Reis Magos e seus seguidores encontram-se com a Virgem, o Santo Menino e José no meio das ruínas de um palácio. Um grupo de aldeões observa esta cena extraordinária através de uma abertura na parede. As figuras, tanto de atores quanto de testemunhas, são mostradas todas na mesma escala, sejam humildes ou magníficas. Não são reticentes nem exaltadas, mas reagem ao acontecimento de diversas maneiras, surpresas ou constrangidas. Ao fundo podemos ver algumas mulheres, umas casinhas e um rio ao lado do qual esperam os cavalos dos Reis. Em primeiro plano, as flores simbólicas, o lírio e a aquilégia, e uma vasilha de cerâmica são representadas com grande cuidado. Um diminuto esquilo corre ao longo de uma das vigas sobre a abertura através da qual os aldeões observam a cena. Van der Goes deu rédea solta à sua imaginação.
As figuras da imagem são fiéis à vida em uma medida que vai muito além de tudo o que foi alcançado na arte holandesa até aquele momento. Poucas vezes o tema da Adoração foi recriado com tanta emoção. A interpretação dos tecidos e objetos custosos, a riqueza das cores e a imediatez do acontecimento dão a esta parte do mistério da salvação uma proximidade ao presente que seus espectadores contemporâneos devem ter percebido como um sinal do significado vivo dos acontecimentos.