O Milagre de Santo Antônio - 1798


Tamanho (cm): 60 x 60
Preço:
Preço de venda¥37,700 JPY

Descrição

A obra “O Milagre de Santo António”, pintada por Francisco Goya em 1798, é um exemplo fascinante do talento de um artista que, ao longo da sua carreira, combinou a tradição religiosa com uma palpável crítica social e psicológica. Nesta pintura, Goya representa um episódio milagroso da vida de Santo Antônio de Pádua, santo muito venerado no contexto católico, famoso por sua capacidade de realizar milagres, principalmente para ajudar os mais necessitados. A obra insere-se no período de maturidade do pintor, que já havia desenvolvido um estilo distinto que o distanciaria das convenções acadêmicas de sua época.

A composição de “O Milagre de Santo Antônio” caracteriza-se por uma disposição dramática e emotiva. No centro da tela está o santo, em pé e vestido com hábitos franciscanos. A sua figura destaca-se não só pela posição elevada, que dá uma sensação de destaque, mas também pela expressividade que Goya consegue no seu rosto, que reflete um misto de compaixão e autoridade. O uso do claro-escuro é essencial nesta pintura, e Goya utiliza fortes contrastes de luz e sombra para focar a atenção na figura central e criar uma atmosfera de fervor religioso.

Vários personagens estão agrupados em torno de San Antonio que representam os devotos e beneficiários de seu milagre. Os rostos desses personagens, em sua maioria, demonstram espanto e devoção, o que acrescenta uma profunda dimensão emocional à obra. O pintor consegue captar tanto a intensidade do momento espiritual quanto a vulnerabilidade do ser humano que se encontra diante do divino. A multidão que cerca o santo é representada com posturas e expressões variadas, gerando dinamismo na composição.

Goya utiliza uma paleta de cores austera, onde predominam os tons terrosos e alguns tons de azul e cinza. Esta escolha cromática, longe de ser arbitrária, sublinha o carácter solene do acontecimento e reforça a narrativa visual do milagre. O fundo escuro faz com que as figuras surjam quase das sombras, realçando a iluminação que incide sobre Santo António, técnica que lembra não só o uso do claro-escuro na arte barroca, mas também uma certa modernidade no tratamento da luz que prenuncia mudanças pictóricas. representação.

É interessante notar que este trabalho também pode ser visto como um reflexo das tensões sociais da Espanha do século XVIII, onde a religiosidade e as crenças populares coexistiam com um ceticismo crescente. Goya, através de sua obra, parece fazer a mediação entre esses mundos, desde a representação do milagre até a humanização dos personagens que o cercam. Numa época em que dominavam as visões do classicismo e do neoclassicismo, a sua abordagem mais pessoal e íntima da espiritualidade ressoou nas pessoas do seu tempo.

“O Milagre de Santo António” é uma obra que, embora inserida num contexto religioso, contém uma profundidade que vai além do meramente devocional. Goya convida o espectador à reflexão sobre a sua própria existência e a busca do transcendental através da experiência coletiva do milagre. Esta pintura apresenta uma paleta rica e uma diversidade de personagens que, ao mesmo tempo que representam a fé, mostram também a condição humana na sua mais pura fragilidade e esperança. Através do seu domínio técnico e visão pessoal, Goya posiciona-se não apenas como um artista do seu tempo, mas como um precursor daquela sensibilidade que mais tarde caracterizaria o Romantismo.

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