Maria da Hungria - Regente dos Países Baixos - 1560


tamanho (cm): 60 x 60
Preço:
Preço de venda¥36,500 JPY

Descrição

A pintura de Ticiano "Maria da Hungria - Regente dos Países Baixos", criada em 1560, é um exemplo notável do virtuosismo do mestre veneziano, que ao longo da sua carreira alcançou um domínio singular da luz, da cor e da forma. Este retrato não só capta a aparência física de Maria da Hungria, mas também revela a complexidade do seu carácter e o peso da sua posição como regente. A tela se destaca pela narrativa visual profunda que se confunde com a história política da época.

Ao visualizar a obra, o espectador é imediatamente atraído pela figura central, o regente, que testemunha a cena com palpável dignidade e serenidade. Ticiano conseguiu uma representação que vai além do simples retrato; Maria é apresentada com elegantes roupas escuras que realçam o seu status, com detalhes dourados e uma sensação de riqueza textural que só um mestre do pincel poderia alcançar. A cor marrom profundo do vestido contrasta lindamente com o branco da camisa subjacente, criando um efeito tridimensional que projeta a figura em direção ao espectador.

A postura de Maria é ereta e autoritária, enquanto seu olhar contemplativo parece projetar uma mistura de serenidade e determinação. Na mão ele segura uma luva, símbolo de nobreza e distinção. Este pequeno detalhe, embora sutil, acrescenta outra camada de significado à sua representação, sugerindo poder e controle, característicos de seu papel como governante. O fundo escuro e um tanto abstrato serve para enfatizar sua figura, acentuando a importância do retratado enquanto qualquer outro elemento distrativo permanece no fundo.

O uso da cor nesta obra é um dos elementos que evidenciam a mestria de Ticiano. Sua paleta cuidadosamente escolhida inclui não apenas os ricos tons marrons e dourados das roupas de Mary, mas também uma série de tons quentes que iluminam sua pele e conferem vitalidade ao seu semblante. Ticiano era conhecido por sua capacidade de alcançar uma luminosidade quase etérea através de camadas de cor, e neste retrato você pode ver essa técnica, que destaca a fragilidade e a humanidade de seu tema, até mesmo em sua manifestação de poder.

Além disso, a sensação de espaço e composição nesta obra é notável. Maria é apresentada num formato vertical que acentua a sua majestade, e a forma como Ticiano usa a luz para modelar a sua figura acrescenta uma qualidade quase escultural. A combinação de verticalidade e enquadramento visual sugere que se está na presença de alguém digno de reverência e respeito, recurso que Ticiano utilizou incrivelmente bem em vários de seus retratos.

Também é importante mencionar o contexto de criação deste trabalho. Maria da Hungria foi uma figura influente na política da época, governando durante um período de mudança e tensão na Holanda. Ticiano, ao longo da sua carreira, teve a oportunidade de retratar diversas figuras proeminentes da nobreza, criando um diálogo não só sobre o retrato individual, mas também sobre a dinâmica de poder e de representação no Renascimento.

Concluindo, “Maria da Hungria – Regente dos Países Baixos” permanece não apenas como uma manifestação da habilidade técnica de Ticiano, mas também como um testemunho visual de uma mulher poderosa de seu tempo. A obra alia o domínio do uso da cor, o manejo da luz e a sutileza na representação psicológica, o que demonstra porque Ticiano é considerado um dos grandes inovadores do retrato na história da arte. Cada olhar sobre esta obra revela novas facetas, convidando à reflexão sobre a intersecção entre arte, poder e a história pessoal daqueles que foram imortalizados na tela.

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