Laurette com uma xícara de café 1917


tamanho (cm): 75x45
Preço:
Preço de venda¥37,600 JPY

Descrição

Henri Matisse, um dos maiores expoentes da arte do século XX, convida-nos a mergulhar no universo íntimo e colorido da sua obra “Laurette com uma Xícara de Café” (1917). Surpreendente pela sua aparente simplicidade e profundidade velada, este retrato é uma representação fiel da capacidade mágica de Matisse de captar o quotidiano e elevá-lo à categoria do sublime.

Nesta pintura, Matisse retrata Laurette, uma das suas modelos frequentes desse período, num momento de serena reflexão, segurando uma chávena de café. A figura de Laurette ocupa o centro da composição, acentuada pela posição dos braços e pela postura relaxada do corpo. A chávena de café, realizada de forma despreocupada, funciona como elemento de equilíbrio, tanto físico como simbólico, numa pintura onde a harmonia e o equilíbrio são fundamentais.

A composição de “Laurette com uma xícara de café” revela a maestria de Matisse no uso da cor e do traço simplificado. Ele emprega um fundo predominantemente verde e preto, em contraste com o brilho do vestido roxo de Laurette. Este uso engenhoso da cor não só estrutura o trabalho, mas também transmite uma sensação de calma e dignidade. A cor roxa do vestido, aplicada em pinceladas largas e ousadas, contrasta com o verde do fundo, criando uma interação cromática vibrante que sublinha o destaque da figura e realça a sua presença no espaço pictórico.

A atenção aos detalhes é outro aspecto significativo nesta obra de Matisse. A figura de Laurette, embora simplificada, é dotada de uma presença quase táctil através do tratamento subtil de sombras e contornos. O rosto de Laurette, com seu olhar tranquilo e lábios fechados, parece imerso num estado introspectivo. A gama de cores utilizadas no rosto, uma mistura de tons suaves e quentes, confere-lhe uma qualidade quase escultural, característica típica de vários retratos do artista.

É importante mencionar que o período em que este trabalho foi realizado foi de experimentação para Matisse. Durante a década de 1910, Matisse afastou-se parcialmente das técnicas fauvistas do seu período inicial para explorar composições mais planas e cores menos estridentes, embora sem abandonar a busca pela essência e simplicidade das formas. Esta pintura mostra Matisse em transição, onde podemos ver a influência das suas próprias explorações anteriores e uma antecipação do seu trabalho posterior, mais decorativo e abstrato.

“Laurette with a Coffee Cup” também provoca uma análise da relação entre artista e modelo. Matisse trabalhou com Laurette em diversas ocasiões, e a cada sessão houve uma evolução na forma como ela era retratada. Esta relação de trabalho permitiu a Matisse não só explorar diferentes aspectos da figura feminina, mas também um estudo psicológico dos seus modelos através da cor e da forma.

Assim, “Laurette com uma Xícara de Café” surge não só como uma obra representativa da era moderna, mas também como uma peça que convida o espectador a uma contemplação mais profunda. A simplicidade enganadora e o domínio técnico de Matisse transformam o banal em revelador, permitindo-nos aceder a uma dimensão de intimidade e beleza universal. Em última análise, cada traço e cada cor nesta pintura constituem um testemunho da capacidade inesgotável de Matisse de encontrar poesia no quotidiano.

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