Retrato de sua filha 1921


tamanho (cm): 50 x 60
Preço:
Preço de venda31.000 ISK

Descrição

Na tela “Retrato de sua filha, 1921” de Henri Matisse, nos encontramos diante de uma elegante conjunção de tradição exposta com uma modernidade íntima. A obra, de 51x60 cm, capta com lucidez a essência do retrato através de uma simplificação única das formas e do uso magistral da cor, pilares indiscutíveis do estilo matissiano.

Matisse, conhecido pela sua capacidade de usar as cores com ousadia e liberdade, oferece-nos neste retrato uma janela para o seu mundo privado, aquele que partilhava com a sua filha. Na pintura, o rosto de Marguerite, sua filha mais velha, é o epicentro de onde emana uma suave serenidade. O fundo é reduzido a um espaço suave e relativamente neutro que não compete com o tema retratado, mas antes o realça. Esta abordagem coincide perfeitamente com a inclinação de Matisse para um minimalismo que coloca em primeiro plano as emoções do indivíduo retratado.

O uso da cor neste trabalho é particularmente exemplar. Matisse aplica tons suaves e sutis – rosa, azul e marrom – que acentuam a expressão contemplativa de Marguerite. A escolha destas cores não é acidental; Oferece uma sensação de calma e harmonia, qualidades que Matisse muitas vezes procurou transmitir nas suas composições. A luz parece acariciar o rosto de Marguerite, delineado com um traço firme mas delicado, revelando um uso experiente da técnica do claro-escuro.

Henri Matisse caracterizou-se ao longo de grande parte da sua carreira pela inclinação para retratar a proximidade com a família, numa procura constante de intimidade e afecto que contrabalançava a enormidade das suas famosas cenas coloridas e ornamentadas. Em “Retrato de sua filha, 1921”, esse aspecto mais pessoal se manifesta com grande clareza. Aqui não encontramos as composições exuberantes e cromáticas como no seu período fauvista, mas sim uma simplicidade e pureza que nos falam de um vínculo íntimo entre o artista e o seu modelo.

A figura de Marguerite é uma constante na obra de Matisse, que a retratou em diversas fases da sua vida. Neste caso, Marguerite olha diretamente para o espectador com uma expressão enigmática, ao mesmo tempo distante e próxima, combinação que Matisse consegue captar com precisão quase fotográfica, mantendo a marca pictórica que o distingue.

O estilo do retrato afasta-se da abstração plena que caracterizou algumas de suas obras posteriores, observando-se uma linha poética e constante que engloba a simetria do rosto e a disposição equilibrada de seus elementos. As roupas modernas e simples de Marguerite não distraem, mas acrescentam integridade ao retrato, permitindo que o foco principal permaneça em seu rosto.

“Retrato da sua filha, 1921” é, em última análise, uma obra que irá ressoar em qualquer observador/espectador atento à magia que Matisse soube infundir nos seus retratos. É uma peça que resume, no seu formato contido e na aparente simplicidade da sua execução, a mestria de um artista que soube compreender e captar nas suas obras tanto a complexidade da natureza humana como a beleza na simplicidade quotidiana.

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