Pescador na margem do rio - 1865


Tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda36.200 ISK

Descrição

A obra “Pescador à Margem do Rio” de Camille Corot, criada em 1865, constitui-se como uma manifestação sublime do paisagismo francês do século XIX, período em que a exploração da luz e da natureza tornou-se tema central da pintura. Corot, conhecido por sua capacidade de capturar a poética do ambiente natural, exibe notável talento artístico nesta pintura que reflete tanto o amor do artista pela natureza quanto sua técnica distinta.

À primeira vista, o espectador é saudado por uma cena serena que evoca instantaneamente uma sensação de tranquilidade. A composição é equilibrada, com um pescador parado à beira do rio, sua figura em perfeita harmonia com o entorno. Ao seu redor, a natureza apresenta uma variedade de nuances que variam entre os verdes profundos e os sutis tons dourados, uma paleta nostálgica e luminosa, que lembra a mudança da luz do dia. Corot usa a cor de forma quase intuitiva, encantando o olhar com sua aplicação habilidosa e impressionista, característica que o distingue no movimento Barbizon, ao qual pertence.

O pescador, embora seja uma figura solitária, torna-se um elemento de ligação entre o ser humano e a vasta paisagem que o rodeia. Corot capta um momento de contemplação, onde o pescador parece absorto na sua atividade, simbolizando uma tradição e uma vida simples, em comunhão com a natureza. A forma como Corot representou o homem, sem a necessidade de lhe proporcionar uma expressão dramática ou uma história elaborada, fala da sua capacidade de encontrar beleza no quotidiano. A figura é pequena se comparada à grande paisagem que contextualiza, enfatizando a grandeza da natureza e a insignificância do ser humano diante dela.

A luminosidade da água reflete com precisão a técnica de Corot no uso da luz. O rio, que surge como um espelho, capta não só o reflexo do pescador e da vegetação que margeia as margens, mas também funciona como elemento que acrescenta movimento e interesse à composição. Corot, como excelente observador da natureza, consegue transmitir a calma da cena ao mesmo tempo que a sua vibrante vitalidade. As pinceladas enérgicas mas controladas equilibram a representação precisa com a liberdade de expressão artística.

Outro aspecto notável do trabalho de Corot nesta obra é a sua ligação com o Romantismo e o Impressionismo. Embora haja uma ligeira aproximação ao impressionismo na sua técnica, o seu foco no realismo e a atenção aos detalhes sublinham as suas raízes no Romantismo. A obra pode ser vista como uma transição, um reflexo da busca dos artistas de sua época em integrar a efemeridade da luz e da atmosfera com a representação fiel da natureza.

“Pescador na Margem do Rio” é, no seu fundo, uma celebração da vida simples, uma meditação sobre a relação do homem com o ambiente natural que o rodeia. Corot, através da sua técnica magistral e do seu profundo respeito pelo que representa, consegue criar um espaço no qual o espectador pode mergulhar, sentindo a calma do rio e a ligação com a solidão introspectiva do pescador. Nesta obra, Corot não pinta apenas uma paisagem; convida-nos a contemplar e refletir sobre a serenidade e a beleza que a natureza nos oferece.

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