Marguerite com chapéu de pele 1918


tamanho (cm): 45x60
Preço:
Preço de venda29.500 ISK

Descrição

Henri Matisse, uma das figuras mais renomadas da arte moderna, criou em 1918 uma peça que, embora aparentemente simples, dialoga profundamente com o espectador: “Marguerite com Chapéu de Pele”. Esta pintura, de 46x60 cm, destaca-se não só pela técnica, mas também pela intimidade e proximidade emocional que projeta. Marguerite, filha do artista, torna-se tema recorrente em sua obra e, neste retrato específico, Matisse capta uma quietude e serenidade que refletem a relação íntima e afetuosa entre pintor e modelo.

Do ponto de vista composicional, “Marguerite de Chapéu de Pele” destaca-se pela estruturação ponderada e pelo equilíbrio quase geométrico. Marguerite ocupa quase totalmente o quadro, sua postura é frontal e seu olhar fixo no espectador gera uma interação direta e inevitável. O chapéu de pele, que dá título à obra, torna-se um elemento focal que acentua a alta costura parisiense da época, ao mesmo tempo que proporciona uma textura rica que contrasta com a simplicidade do fundo.

O uso da cor neste trabalho é outro aspecto que merece destaque. Matisse, conhecido pela sua mestria e uso inovador da cor, opta aqui por uma paleta contida mas eficaz. Predominam os tons quentes, realçando a pele de Marguerite, enquanto o suave roxo do fundo sugere um ambiente calmo e melancólico. As pinceladas, embora precisas, mantêm uma certa frouxidão que permite à pintura respirar, dando-lhe vida própria diante de quem a observa.

Este retrato não é apenas uma representação física de Marguerite, mas também um testemunho da exploração artística de Matisse durante este período. No auge do movimento fauvista, do qual é um dos fundadores, Matisse mantém nesta obra o seu interesse pela simplificação de formas e estruturas, apostando na captação da essência e não na meticulosidade do detalhe. A apresentação austera do fundo e a falta de componentes adicionais dirigem todas as atenções para a filha, realçando a sua figura e a expressão calma e pensativa que emana do seu rosto.

O foco em retratar membros de sua família não é uma raridade na carreira de Matisse. Além de Marguerite, sua esposa Amélie e outros amigos próximos aparecem em diversas obras, e cada representação varia em humor e técnica, mas mantém um fio condutor de intimidade familiar. Obras de espírito semelhante, como "La blusa roumaine" (1940), são uma prova de como Matisse explora e reinterpreta constantemente os laços emocionais e sua representação visual.

“Marguerite com Chapéu de Pele” é, portanto, um exemplo sublime da expertise de Henri Matisse como retratista, um delicado equilíbrio entre forma, cor e emotividade que transcende a simples representação para dialogar com o universal das relações humanas. Esta obra, imortalizada no contexto pós-Primeira Guerra Mundial, ressoa como um refúgio de paz e reflexão, uma pausa no tempo que nos convida a olhar não só com os olhos, mas também com a alma.

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