Mulher bretã com jarro - 1888


tamanho (cm): 60 x 75
Preço:
Preço de venda€237,95 EUR

Descrição

A pintura "Mulher Bretã com um Jarro" (1888) de Paul Gauguin é uma obra que resume a essência do estilo pós-impressionista e reflete o fascínio do artista pela cultura e tradições bretãs. Nesta pintura, Gauguin distancia-se das representações realistas e mergulha num uso ousado da cor e da forma que enfatiza a sua subjetividade e expressão emocional. A figura central da obra, uma mulher bretã com um jarro, destaca-se no espaço pictórico com uma presença poderosa, quase monumental.

A composição é marcada pelo foco direto na personagem, cujas características são ao mesmo tempo singulares e representativas. A mulher é apresentada com um vestido tradicional bretão, rico em detalhes de design, que contrastam com o fundo mais escuro e menos definido. Esta utilização do fundo, onde os elementos não são tão específicos, permite que a figura se destaque e, ao mesmo tempo, promove uma sensação de intimidade e proximidade, quase como se a olhássemos num momento pessoal.

Gauguin, conhecido pela sua afinidade com cores vibrantes e harmoniosas, utiliza aqui uma paleta que evoca uma atmosfera de calor e autenticidade. Tons de terracota, verdes suaves e azuis profundos combinam-se para criar uma atmosfera acolhedora, enquanto o amarelo brilhante do cabelo da mulher acrescenta um brilho que se destaca das outras cores, chamando rapidamente a atenção do espectador para o seu rosto e corpo que segura o jarro. A cor não atua apenas como elemento composicional, mas também transmite um sentido de identidade cultural.

O rosto da mulher é pintado com traços que refletem tanto a sua humanidade como a sua ligação à terra e à tradição. Gauguin deu vida à expressão da mulher, que parece meditar ou imersa em profunda reflexão. Esta nuance de contemplação oferece uma leitura mais profunda da pintura, sugerindo que a mulher, embora inserida num contexto rural e tradicional, é um indivíduo com história e emoções próprias.

Curiosamente, 'Mulher Bretã com um Jarro' pode ser visto como um reflexo do interesse de Gauguin pela vida simples e pela espiritualidade das comunidades que encontrou na Bretanha, uma região de França que se tornou um refúgio criativo para ele. A sua obra, neste sentido, capta uma essência quase etérea, um anseio pelo genuíno num mundo cada vez mais industrializado e despersonalizado.

No contexto mais amplo da obra de Gauguin, esta pintura pode ser ligada a outras do seu período na Bretanha, onde explorou temas semelhantes de identidade, cultura e a ligação entre a figura humana e o seu ambiente. Tal como nas suas obras no Taiti, onde também procurou representar o “primitivo” e o autêntico, aqui na Bretanha conseguiu captar a essência da mulher e a sua relação com a paisagem e a sua comunidade.

Concluindo, “Mulher Bretã com Jarro” é mais do que uma simples representação de uma mulher em um ambiente rural. É uma prova da capacidade de Gauguin de transformar a observação numa experiência visual significativa. Através da combinação de cor, forma e profundidade emocional, a obra representa uma contribuição significativa para o movimento pós-impressionista e continua a ressoar nos espectadores contemporâneos, convidando-os a refletir sobre a identidade e as tradições num mundo em constante mudança.

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