O piquenique - 1788


Tamanho (cm): 55x85
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Descrição

A obra "El Picnic" de Francisco Goya, criada em 1788, é um esplêndido exemplo que sintetiza a dualidade do Goyismo, onde o festivo e o sombrio coexistem na mesma tela. Este óleo sobre tela não representa apenas uma cena pastoral, mas também nos convida a refletir sobre o contexto social e a psicologia de uma época em transformação. Nesta obra, Goya capta um grupo de amigos num ambiente de celebração e descontração ao ar livre, num piquenique que evoca um sentimento de camaradagem e alegria.

Do ponto de vista composicional, “El Picnic” revela a sua mestria no tratamento do espaço e da figura humana. Na parte central, um grupo de quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, está sentado ou meio reclinado sobre uma toalha de mesa estendida na grama. Goya gerencia o olhar do espectador organizando os personagens de forma que cada um pareça participar dinamicamente de um diálogo silencioso, envolvendo o observador em sua intimidade. Ao seu redor percebem-se detalhes da natureza que não apenas emolduram, mas enriquecem a cena, como as plantas e a paisagem que nos remetem ao contexto rústico da época, sintoma da ligação da sociedade com a natureza.

O uso da cor em “O Piquenique” é outra de suas características notáveis. Goya utiliza uma paleta suave e terrosa, que transmite calor e proporciona um ambiente de lazer e tranquilidade. Os vermelhos, verdes e ocres dos figurinos e da vegetação combinam-se harmoniosamente, criando um equilíbrio visual que parece celebrar a simplicidade e a beleza do momento. Porém, apesar do clima festivo, o espectador não pode deixar de sentir uma leve dose de melancolia e tensão na obra, eco da própria luta interna de Goya, que passava por um período de grandes mudanças pessoais e sociais.

Os personagens, embora não sejam retratos de indivíduos históricos específicos, refletem um arquétipo da aristocracia e da burguesia do século XVIII. As atitudes e gestos dos personagens sugerem um misto de diversão e aparente despreocupação; No entanto, também pode ser lida como uma crítica social oculta que Goya incentiva a explorar. O ligeiro arrebatamento do homem da direita, a posse quase sonhadora da mulher que o acompanha e o olhar intrigante do outro grupo de jovens revelam nuances psicológicas que complementam a história visual.

A obra não pode ser totalmente compreendida sem referência ao contexto cultural da época. A década de 1780 na Espanha marcou uma época em que surgiram as primeiras expressões do Iluminismo, bem como mudanças na percepção do indivíduo em relação às estruturas sociais. Francisco Goya, como cronista do seu tempo, integra inevitavelmente o caos de uma sociedade que começava a questionar os seus valores tradicionais.

Como parte da evolução de Goya em direção a uma narrativa mais sombria e crítica da humanidade, "O Piquenique" pode ser considerado uma espécie de precursor, um momento de trégua antes que as sombras de suas obras posteriores surgissem. Esta tela contrastante apresenta um olhar aparentemente superficial que convida o espectador a olhar além, levando-o a questionar a dinâmica subjacente à vida social do momento. Assim, “El Picnic” não é apenas uma festa visual de cores e formas, mas também um reflexo das tensões da alma humana, um espaço onde Goya nos permite vislumbrar as complexidades do ser e do seu ambiente, o que faz com que este trabalho continue ser relevante e evocativo mesmo séculos após a sua criação.

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