Autorretrato - 1935


Tamanho (cm): 50 x 65
Preço:
Preço de venda1.640,00 DKK

Descrição

A obra “Autorretrato” de Oleksa Novakivsky, criada em 1935, constitui-se como uma manifestação profundamente introspectiva e rica em simbolismo do artista ucraniano. Nesta pintura, Novakivsky apresenta-se com particular enfoque na expressão emocional que transcende a mera representação física. A obra, que permite um diálogo entre o espectador e o psiquismo do artista, é um claro exemplo do simbolismo e da introspecção que caracterizam a sua obra.

A composição da pintura se destaca por sua dualidade focada; O artista aparece em primeiro plano contundente, destacando-se contra um fundo de tons mais escuros que criam alto contraste. A frontalidade da sua figura faz com que o observador se sinta confrontado, criando uma ligação direta. Este uso do espaço reflete a tradição do autorretrato, onde o pessoal se entrelaça com o universal, permitindo a Novakivsky explorar a sua identidade num contexto mais amplo. O olhar intenso e direto do artista sugere uma profunda reflexão interna, revelando uma vulnerabilidade que ressoa em cada pincelada.

As cores utilizadas são muito significativas. Os tons escuros predominam no fundo, enquanto a figura do próprio Novakivsky é banhada por uma luz mais quente que parece emanar de seu ser, como se sua essência iluminasse a cena. Este contraste de luzes e sombras pode ser interpretado como um reflexo das lutas internas e do conflito existencial vivido por alguém que, como muitos do seu tempo, enfrentou tensões sociais e políticas na Europa na década de 1930.

Para além dos aspectos técnicos e composicionais, o “Autorretrato” enquadra-se plenamente na evolução artística de Novakivsky, que é conhecido pelo seu papel na promoção da arte ucraniana no contexto do renascimento nacional. Ao longo da sua carreira, Novakivsky experimentou diferentes estilos e correntes, do simbolismo ao modernismo, deixando sempre um traço claro da sua profunda ligação com a cultura ucraniana. Este autorretrato, em particular, pode ser visto como um destaque em sua carreira, onde a autoexploração se encontra em diálogo com sua identidade nacional e cultural.

É interessante considerar que este autorretrato ocorre num momento em que a arte europeia passava por transformações significativas. Num contexto de crise e reconfiguração política, Novakivsky, através da sua arte, apela à introspecção e à reflexão sobre a condição humana e a identidade pessoal. A obra evoca, mesmo na sua singularidade, ressonâncias da tradição do autorretrato na arte ocidental, onde artistas como Vincent van Gogh e Edvard Munch também exploraram a noção de si através da sua arte.

O “autorretrato” de 1935 não é apenas um simples exercício de autorrepresentação; é uma meditação profunda sobre o eu, a identidade e o lugar do indivíduo no tumulto do mundo ao seu redor. Novakivsky consegue captar não só a sua imagem, mas também o zeitgeist de uma época e o seu lugar nela, constituindo assim uma obra-chave que permanece relevante no contexto da história da arte moderna. Nesse sentido, a obra nos convida a contemplar não só o artista, mas também a nós mesmos no reflexo desse olhar direto e penetrante.

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