Retrato de James Tissot - 1868


Tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda1.826,00 DKK

Descrição

Edgar Degas, um dos grandes mestres do impressionismo, conseguiu na sua obra “Retrato de James Tissot” de 1868 uma dupla homenagem, tanto ao seu contemporâneo como à sua devoção à técnica da pintura. A pintura apresenta-nos Tissot, um artista proeminente da época e amigo próximo de Degas, num momento que parece captar não só a sua aparência física, mas também o seu estado de espírito e carácter.

A composição da obra destaca-se pelo foco no modelo, que se posiciona na pintura com uma postura descontraída, mas digna, posando com ar de confiança. Tissot veste um casaco escuro, que contrasta com a suavidade dos detalhes do fundo, que demonstram a maestria de Degas na aplicação da cor. A paleta é rica e sutil, oscilando entre os tons escuros dos figurinos e os matizes mais claros que circundam a cena, que permitem que a luz do ambiente seja filtrada delicadamente pelo tecido. Este uso da cor não só destaca a figura central, mas ao mesmo tempo sugere uma atmosfera cheia de intimidade e reflexão.

Degas emprega um estilo emblemático de sua época, combinando elementos de romantismo e realismo. Embora o retrato siga os princípios clássicos de representação, a aplicação solta e a atenção à textura revelam a intenção do artista de capturar a essência do sujeito além de sua mera aparência física. A pincelada solta vista nos detalhes, especialmente no cabelo e na superfície do casaco de Tissot, ressoa com a busca do Impressionismo por imediatismo e frescor.

O olhar da Tissot dirige-se ao espectador, estabelecendo uma ligação que transcende o tempo. Este encontro visual e emocional evoca um sentimento de cumplicidade entre o artista e o observador, permitindo que a obra se torne um espaço de diálogo e reflexão sobre a identidade criativa e o papel da arte na vida. Degas consegue assim construir um retrato que, mais do que um simples registo físico, se torna um testemunho da amizade e do respeito mútuo entre dois artistas do seu tempo.

Neste retrato, a escolha de Tissot como tema também é significativa. Integrante do círculo de artistas que incluía Degas, Tissot era conhecido pelas suas representações da vida contemporânea e pela sua técnica detalhada, estabelecendo uma ligação temática e estilística entre elas. A obra não se apresenta apenas como um retrato individual, mas faz parte de uma conversa mais ampla sobre arte, modernidade e a dinâmica da vida social no contexto da Paris do século XIX.

“Retrato de James Tissot” encapsula, então, um momento na história da arte em que a gravura começa a se estabelecer como uma forma legítima de expressão artística e uma meditação sobre a figura na arte. A obra não apenas captura a identidade do modelo, mas também convida à contemplação das relações humanas através das lentes artísticas. Assim, Degas, através desta pintura, continua a sua exploração do espaço, da forma e da emoção, estabelecendo um caminho que as futuras gerações de artistas seguiriam.

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