Bailarinas - Rosa e Verde - 1894


tamanho (cm): 50 x 75
Preço:
Preço de venda1.786,00 DKK

Descrição

A obra “Bailarinas – Rosa y Verde” de Edgar Degas, pintada em 1894, é uma peça emblemática que encapsula a essência da dança e do mundo do ballet, temas recorrentes na obra do artista francês. Degas, conhecido pela sua observação aguçada da figura humana e pelo seu fascínio pelo movimento, consegue aqui uma representação íntima e vibrante dos bailarinos, captando um momento efémero que fala tanto da beleza como da fragilidade da dança.

A composição desta obra revela um notável domínio da perspectiva e da organização espacial. Degas posiciona os bailarinos ligeiramente inclinados, criando uma sensação de profundidade que permite ao espectador vislumbrar uma atmosfera de ensaio, um momento antes da apresentação. As figuras, vestidas com tutus de tons suaves e delicados, dispersam-se num espaço que parece quase infinito. A coreografia está implícita e através da sua disposição na tela estabelece-se uma relação dinâmica entre elas, comunicando a energia coletiva que caracteriza a dança.

O uso da cor é particularmente notável em “Bailarinas – Rosa e Verde”. Degas opta por uma paleta predominantemente suave, onde predominam os tons de rosa e verde, evocando uma sensação de harmonia e elegância que está associada à estética do ballet. O rosa dos tutus contrasta com os tons mais escuros do fundo, sugerindo a luz que banha o palco e define o espaço em que os bailarinos existem. Essa interação entre primeiro plano e fundo destaca a pele pálida dos bailarinos, criando uma atmosfera quase onírica que convida o espectador a mergulhar no mundo etéreo do balé.

Em termos de personagens, Degas é fiel ao seu estilo de representar a figura feminina, mostrando as bailarinas em posições naturais e espontâneas. Não procura idealizá-las, mas sim, na sua atenção aos detalhes da anatomia e da postura, permite que cada figura respire autenticidade. A concentração nos seus corpos em movimento cria uma ligação entre a fragilidade da dança e a força da dedicação da arte.

Um aspecto interessante deste trabalho é como Degas, ao contrário de alguns de seus contemporâneos, evita representar a cena de forma totalmente idealizada. Seus dançarinos são seres humanos, cada um com sua personalidade, e muitas vezes é apresentado um lado mais íntimo e menos glamoroso de sua existência. Esta abordagem insere-se no estilo impressionista inovador que Degas ajudou a estabelecer, que se caracteriza pela captura de momentos fugazes da vida quotidiana e pela exploração do movimento e da luz.

A obra de Degas está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da arte moderna, e “Bailarinas – Rosa e Verde” é um claro exemplo da sua mestria. Através de sua técnica única e foco em temas da vida real, Degas deixou um legado que continua a fascinar críticos e amantes da arte. A sua capacidade de colmatar a lacuna entre o movimento e a pintura, bem como o seu talento para captar a essência da vida no ballet, fazem desta obra não apenas um testemunho da sua genialidade, mas também uma janela para um mundo de beleza efémera.

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