A criação da terra - 1924


Tamanho (cm): 60x75
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Descrição

O trabalho "A criação da Terra" (1924), de Paul Nash, se destaca como uma peça emblemática dentro do escopo da arte surreal e paisagística do início do século XX. Paul Nash, conhecido por ser um dos maiores expoentes do surrealismo britânico e um grande inovador no gênero da paisagem, nos oferece neste pintura Um testemunho visual que transcende as fronteiras do meramente representativo para entrar no conceitual e no simbólico.

A primeira coisa que atrai a atenção na "criação da Terra" é sua composição. A tabela apresenta um arranjo energético em que elementos naturais parecem ter sido deliberadamente organizados para criar uma atmosfera de gênese e transformação. Uma estrutura de ravinas e formações rochosas domina o primeiro plano, configurando uma narrativa visual de origem e formação geológica. A paisagem parece dividida em camadas, cada uma delas com texturas e tons que evocam os processos naturais de erosão e sedimentação.

Nash usa uma paleta de cores sóbria, mas eficaz, dominada por tons marrons, ocre e cinza que correspondem à terra e às rochas, em contraste com o céu de azul profundo que se abre no horizonte. Essa escolha cromática sugere uma solidez e permanência na Terra, enquanto o céu, com suas insinuações do etéreo e do sublime, introduz uma dualidade inerente na percepção da paisagem como um lugar físico e espiritual.

Quanto à ausência de personagens humanos no trabalho, essa omissão parece intencional e revela a abordagem do artista na relação elementar entre natureza e tempo. Ao contrário de outras obras dele onde ele pode incluir elementos arquitetônicos ou humanóides, em "A criação da terra", Nash opta por uma pureza primordial, deixando a própria terra contar sua história ancestral sem intermediários.

Um detalhe intrigante é a maneira pela qual sombras e luz são tocadas em cena. As sombras profundas e as luzes difusas criam um efeito quase teatral, sugerindo uma encenação que poderia estar ligada ao conceito de criação divina ou mítica do mundo. As texturas ásperas e as linhas torcidas das rochas aumentam a sensação de uma natureza de fluxo constante, reforçando a noção de que a paisagem não é um mero espaço estático, mas uma entidade viva em transformação perpétua.

"A criação da terra" também pode ser interpretada como uma reflexão sobre a própria experiência de Nash como testemunha da devastação da Primeira Guerra Mundial, da qual ele era um observador atento e um documentador prolífico. É possível que esse cenário de Gênesis esteja implicitamente ligado ao desejo de reconstrução, de uma nova vida de uma terra devastada. Esse paralelismo não apenas enriquece a interpretação do trabalho, mas também expande sua relevância histórica e emocional.

No contexto de estilo e técnica, o trabalho de Nash também é enquadrado em um momento em que o surrealismo começou a chegar ao Reino Unido, influenciado por figuras como Giorgio de Chirico e dado sua atenção aos objetos encontrados e aos objetos e aos oríticos composições. O cenário em "A criação da Terra" compartilha a poética do espaço transformado e significativo, uma visão que transcende o meramente topográfico para se tornar uma manifestação do inconsciente coletivo e pessoal do artista.

Por tudo isso, "a criação da terra" é uma obra que, sob sua aparente universo simbólico e emocional de composição que caracteriza esse notável pintor britânico.

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