Filipe V dá o Velocino de Ouro ao Duque de Berwick após a Batalha de Almanza - 1813


tamanho (cm): 65x50
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Preço de vendaCHF 207.00

Descrição

A obra "Filipe V apresenta o Velocino de Ouro ao Duque de Berwick após a Batalha de Almanza" (1813) de Jean-Auguste-Dominique Ingres é um exemplo excepcional de neoclassicismo, estilo que Ingres, com sua formação na Academia de Belas Artes Arts, Arts of Paris, soube transformá-lo numa afirmação visual de grandeza histórica e de idealização de figuras humanas. Esta pintura, embora menos conhecida que as suas obras-primas como "A Grande Odalisca", exala a mesma clareza composicional e atenção aos detalhes que caracterizam o artista.

No centro da composição está Filipe V, o monarca espanhol, que é retratado numa postura digna, com uma aparência serena e autoritária, refletindo tanto o seu estatuto real como o seu legado histórico. Ao receber o Velocino de Ouro, emblema da nobreza, o rei atua não apenas como figura histórica, mas também como símbolo da monarquia espanhola, o que se traduz na precisão de sua vestimenta e no porte nobre que Ingres lhe confere. às suas figuras.

O duque de Berwick, que recebe a homenagem, fica à direita do rei numa postura de respeito e gratidão. A representação do duque, em sua armadura brilhante, não só enfatiza seu espírito guerreiro, mas também seu papel crucial na vitória na Batalha de Almanza em 1707. A atenção meticulosa de Ingres aos detalhes da armadura e ao drapeado dos trajes destaca seu domínio técnico e seu compromisso com uma representação fiel, porém idealizada, de seus personagens.

A paleta de cores utilizada nesta pintura é rica mas sutil, predominando dourados e azuis que evocam uma sensação de opulência e celebram a grandiosidade do momento histórico. O uso de luz e sombra desempenha um papel crucial na criação de uma atmosfera cerimoniosa, onde a luz ilumina Filipe V e o Duque de Berwick, enquanto o fundo permanece mais sombrio, focando a atenção nos protagonistas da cena.

As posturas e gestos dos personagens são outra área onde Ingres demonstra sua maestria. A forma como Filipe V estende o Velocino de Ouro é um ato de reconhecimento e honra, enquanto o Duque de Berwick se apresenta numa postura de aceitação reverente, proporcionando uma sensação de interação entre os dois. Além disso, no lado esquerdo da imagem, é possível observar um grupo de nobres, que contemplam a cena, contextualizando e reforçando a solenidade da cerimônia.

Embora esta obra siga os princípios do neoclassicismo, também reflecte uma sensibilidade romântica, na medida em que Ingres consegue transmitir a emoção e a narrativa por detrás deste acto cerimonial. Nesta peça, a história torna-se uma experiência visual rica em simbolismo, onde cada elemento é cuidadosamente pensado para servir a narrativa histórica da monarquia espanhola num momento chave da sua história.

O trabalho de Ingres, embora centrado num acontecimento específico e significativo, é também um estudo da forma, da cor e da interação humana num contexto de elevação cultural e emocional. Assim, “Filipe V entrega o Velocino de Ouro ao Duque de Berwick após a Batalha de Almanza” inscreve-se não só no contexto político do seu tempo, mas também na rica tapeçaria da história da arte, onde Ingres conseguiu fundir o clássico com uma interpretação mais pessoal e ao mesmo tempo monumental da figura humana.

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