Na Bretanha - 1889


tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de vendaCHF 233.00

Descrição

A pintura "Na Bretanha" de Paul Gauguin, pintada em 1889, é uma obra que capta um momento de naturalismo e simplicidade da vida rural, reflectindo tanto o fascínio do artista pela identidade local como a sua procura por novas formas de expressão artística. Após um período de exploração pessoal e artística em Paris, onde foi influenciado pelo Pós-Impressionismo e pelo Simbolismo, Gauguin mudou-se para a Bretanha, região que lhe proporcionou uma paisagem rural ideal para as suas explorações de cor e forma.

Neste trabalho, os aspectos composicionais são especialmente significativos. Gauguin utiliza uma abordagem "plana" que confunde os limites entre a figura e o fundo, proporcionando uma sensação de profundidade sem perder a bidimensionalidade que caracteriza o seu estilo. A cena é povoada por duas figuras humanas que parecem fundir-se com o ambiente natural. Uma mulher, vestida com traje tradicional bretão, aparece em primeiro plano, com uma expressão de introspecção que convida o espectador a contemplar o seu mundo interno. A outra figura, uma criança, é colocada quase em segundo plano, implicando uma relação de proximidade e proteção que acrescenta camadas emocionais à narrativa.

A cor é outro dos elementos marcantes deste trabalho. Gauguin emprega uma paleta de cores vibrantes, que vai desde os azuis e verdes profundos da paisagem até os tons quentes e terrosos do vestido da mulher. Esta escolha cromática não só acentua a frescura do ambiente natural, mas também serve para estabelecer um contraste emocional entre as figuras e o seu contexto. As pinceladas são soltas e expressivas, influenciadas pelo movimento pós-impressionista que buscam transmitir a essência do que se vê para além da mera representação. Este uso da cor e da textura é fundamental para compreender como Gauguin procurou expressar uma experiência emocional, um traço distintivo da sua obra.

Para além da sua técnica e composição, "In Brittany" representa um momento crucial na carreira de Gauguin. Após esse trabalho, o artista continuaria experimentando em sua busca por formas mais radicais e simbólicas que culminariam em sua viagem ao Taiti. Esta necessidade de se distanciar das convenções europeias e de procurar a autenticidade através da vida rural é evidente na sua retórica visual: uma necessidade de ligação com o primitivo e o espiritual.

Concluindo, “Na Bretanha” não é apenas uma representação da vida quotidiana em ambiente rural, mas um testemunho da evolução pessoal e artística de Paul Gauguin. Cada elemento, desde a estrutura composicional à seleção das cores e à representação das figuras, revela um diálogo entre a natureza e a humanidade, uma arte em constante procura de sentido que desafia o espectador a ir além do visível. Esta obra é um marco na transição para o simbolismo e a utilização da cor que tanto caracterizaria a obra posterior de Gauguin, consolidando o seu lugar na história da arte moderna.

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