Mãe e Filho se Olhando em um Espelho de Mão - 1805


Tamanho (cm): 50 x 75
Preço:
Preço de vendaCHF 226.00

Descrição

A obra "Mãe e filho se olhando em um espelho de mão", criada em 1805 pelo mestre japonês Kitagawa Utamaro, representa uma das mais delicadas e comoventes expressões do ukiyo-e, o estilo de gravura que alcançou seu apogeu durante o período Edo no Japão. Utamaro, conhecido por seus retratos de mulheres e suas obras que capturam a beleza cotidiana, nos oferece nesta pintura um olhar íntimo sobre a relação entre uma mãe e seu filho, encapsulando não apenas um momento de ternura, mas também a fragilidade e a beleza da vida.

A disposição dos corpos na composição é notavelmente equilibrada; a mãe, elegantemente vestida com um quimono que evoca a tradição e a nobreza, inclina-se ligeiramente em direção ao espelho, sua expressão cheia de doçura e atenção enquanto segura o espelho de mão. Sua postura é tanto protetora quanto contemplativa, evidenciando o profundo vínculo emocional entre ambos. O menino, posado em seu colo, observa com curiosidade a imagem refletida, simbolizando a inocência e a surpresa características da infância. Este momento de conexão compartilhada transcende o mero ato de se olhar em um espelho, convidando o espectador a refletir sobre a identidade e o papel da maternidade na cultura japonesa.

Utamaro se destaca em seu uso da cor; os tons sutis do quimono da mãe e a cor contrastante da pele de ambos os personagens se complementam harmonicamente, criando uma atmosfera quente e acolhedora. A paleta utilizada, que abunda em tons suaves e pastéis, reflete a estética do ukiyo-e, onde a simplicidade e a elegância são exaltadas, além de servir para aprofundar a sensação de intimidade da cena. As delicadas linhas que traçam tanto os pregas do vestido quanto a expressão dos rostos são características do estilo distintivo de Utamaro, que era um mestre na representação do rosto humano e suas sutilezas.

A técnica de gravura utilizada por Utamaro nesta obra permite que os detalhes mais finos sejam notados, e é através desses detalhes que a obra ganha vida. A superfície do espelho, cuidadosamente ilustrada, não apenas reflete as imagens da mãe e seu filho, mas também atua como uma metáfora de introspecção, sugerindo que a beleza interior e exterior são igualmente valiosas. Este espelho, símbolo da verdade e da auto-reflexão, também aponta para o lugar que as mulheres ocupavam na sociedade japonesa da época, assim como seu papel na formação do futuro através de seus filhos.

No contexto mais amplo da arte japonesa, como se posiciona esta obra dentro do repertório de Utamaro? "Mãe e filho se olhando em um espelho de mão" é uma continuação clara de seu interesse na representação da vida cotidiana e das relações humanas. Suas obras são frequentemente comparadas às de contemporâneos como Hokusai ou Hiroshige; no entanto, onde Utamaro se destaca é em sua capacidade de capturar a sutileza emocional mais do que a grandiosidade de paisagens ou cenas de ação.

Este pintura é um testemunho não apenas do virtuosismo técnico de Utamaro, mas também de sua habilidade para narrar histórias através de imagens. Os momentos da vida diária, como o que se apresenta nesta obra, revelam nuances da experiência humana que são universais e atemporais. Consequentemente, "Mãe e filho se olhando em um espelho de mão" não é apenas um reflexo da cultura japonesa do século XIX, mas também uma exploração da relação mãe-filho que ressoa profundamente no espectador contemporâneo. A obra continua sendo relevante, convidando novas gerações a descobrir a beleza e a complexidade das relações humanas através dos olhos de um mestre da arte.

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