Harmonia em vermelho


Tamanho (cm): 70x60
Preço:
Preço de vendaCHF 226.00

Descrição

Harmonia em vermelho (1908) de Henri Matisse é considerada uma obra-prima dos movimentos fauvismo e modernismo inicial.

Quando alguém se depara com esta obra de arte, experimenta algo mais do que a contemplação de um interior doméstico: adentra-se em uma declaração radical de liberdade pictórica. Esta obra —óleo sobre tela de 180 × 221 cm, conservada hoje no Museu do Hermitage— resume como poucas a audácia com que Matisse reformulou a cor, convertendo-a não em um simples veículo descritivo, mas na essência mesma da imagem. Seu vermelho absoluto, expansivo, quase desafiador, domina a cena como um campo vibrante onde os objetos parecem flutuar mais do que repousar sobre uma mesa. 

A figura feminina, inclinada enquanto organiza um fruteiro, traz uma nota de quietude dentro deste turbilhão cromático. Não é um retrato psicológico; é mais bem um elemento rítmico que dialoga com as curvas decorativas que se repetem tanto na toalha que cobre a mesa quanto no fundo. Matisse elimina deliberadamente a profundidade tradicional: os motivos azuis que se ramificam sobre o vermelho continuam sem interrupção da toalha à parede, criando um espaço contínuo, quase têxtil, que anula a divisão entre figura e ambiente. É nesta aparente simplicidade que reside uma das sutilezas mais comentadas: a pintura parece estar prestes a abandonar o gênero do interior doméstico para se tornar um tapeçaria viva.

E no entanto, em meio a essa planitude buscada, a janela aberta irrompe como uma exceção luminosa. A paisagem exterior —com suas árvores brancas salpicadas e o céu profundamente azul— introduz um contraponto visual que lembra a fascinação de Matisse pelas cores puras e as atmosferas do Mediterrâneo, mesmo antes de sua obra alcançar o pleno esplendor que desenvolveria anos depois em Nice. Este contraste entre interior e exterior, entre ornamento e natureza, é um dos encantos menos óbvios da pintura: a janela não traz perspectiva tradicional, mas sim outro plano de cor, como se fosse uma segunda pintura incrustada na primeira.

Um dado histórico curioso acompanha esta obra: originalmente concebida como um interior azul, Matisse decidiu transformar a composição em uma explosão vermelha durante o processo criativo. Esta decisão, que poderia parecer impulsiva, revela sua busca constante por uma harmonia emocional mais do que literal. O vermelho, longe de ser um capricho, torna-se o verdadeiro protagonista narrativo, unificando a cena e transmitindo essa sensação expansiva de exuberância que o artista considerava essencial para a felicidade visual.

Harmonia em vermelho tem sido frequentemente comparada a um tapeçaria medieval ou à lógica decorativa da arte islâmica, influências que Matisse admirava profundamente. E embora a obra não descreva um momento específico nem uma narrativa explícita, sua força reside precisamente nessa aliança entre forma, cor e prazer visual. É um manifesto fauvista levado à sua maturidade: a realidade é transformada para dar lugar a uma versão mais intensa, mais livre, mais humana.

Obra original: 180 × 221 cm
Artista: Henri Matisse (1869–1954)
Ano: 1908

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