Sábado das Bruxas - 1789


Tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de vendaCHF 234.00

Descrição

O quadro “Sábado das Bruxas”, de Francisco Goya, criado em 1789, constitui um testemunho perturbador do fascínio do pintor pelo macabro e pelo sobrenatural, em oposição às convenções da sua época. Esta obra, presente no contexto do Iluminismo, revela a dualidade entre razão e superstição, tema recorrente na obra de Goya. A sua composição dinâmica e repleta de simbolismo convida o espectador a entrar num mundo onde coexistem escuridão e mistério.

No centro da obra, o grande bode, símbolo que convoca tanto a natureza selvagem quanto a espiritualidade sombria, surge como figura dominante. Com um olhar penetrante e chifres imponentes, esta criatura parece presidir um ritual sombrio. Goya utiliza uma paleta de cores opacas que evoca uma atmosfera envolvente, onde predominam os tons escuros e se entrelaçam com tons mais claros na figura da cabra e nos rostos dos participantes. Esta escolha cromática reforça a sensação de inquietação e a carga emocional da cena.

Os personagens presentes na obra parecem estar em estado de transe ou fervor coletivo, desobstruindo qualquer fronteira entre o humano e o sobrenatural. Embora os seus rostos sejam muitas vezes indistintos, a expressão geral sugere uma mistura de devoção e medo, acrescentando uma camada psicológica à experiência visual. A forma como Goya capta essas emoções é magistral; Os gestos e posturas dos participantes reforçam a sensação de ligação visceral com o ritual, enquanto a composição se alarga para as bordas, acentuando a inclusão do espectador naquela atmosfera de cerimonialidade perturbadora.

A relação entre o bode e a multidão lembra as imagens perturbadoras das bruxas na narrativa popular da época, onde o medo da bruxaria e da heresia alimentava fenómenos de caça às bruxas e um fervor religioso que dominava a sociedade. Ao retratar um encontro de bruxas em torno da cabra, Goya não só se junta a uma tradição artística que explora o oculto e o aterrorizante, mas também desafia o racionalismo prevalecente da era do Iluminismo, revelando o paradoxo da curiosidade humana que ainda persiste em relação ao desconhecido.

“Sábado das Bruxas” faz parte da linha de obras onde Goya explora o lado negro da natureza humana. Pode-se traçar um paralelo com obras como “O Sábado” e outras obras onde o pintor examina as crenças e superstições que moldam o comportamento humano. Esta obra também pode ser considerada uma precursora do romantismo que se seguiria no século XIX, onde o interesse pelo sobrenatural se intensificaria e a exploração da psique humana se tornaria um tema central.

Por fim, a obra de Goya não só se torna um espelho das preocupações sociais e religiosas do seu tempo, mas também estabelece uma ligação intemporal com o espectador moderno, que pode encontrar no seu “Sábado das Bruxas” um eco dos temas medo universal e fascínio por o desconhecido. A complexidade desta obra, tanto na sua técnica como na sua mensagem, garante que a sua relevância perdure, desafiando o espectador a refletir sobre as periferias da experiência humana e o fio fraco entre a razão e a loucura.

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