Sakanoshita: O Pico de Jogar a Escova - 1834


Tamanho (cm): 75x50
Preço:
Preço de venda$361.00 CAD

Descrição

A obra "Sakanoshita: O Pico de Largar o Pincel" (1834) de Utagawa Hiroshige é um esplêndido exemplo do domínio do ukiyo-e, um gênero de gravura em madeira e pintura que floresceu no Japão durante o período Edo. Hiroshige, reconhecido como um dos maiores mestres dessa técnica, captura nesta obra um momento fugaz que convida o espectador a contemplar não apenas a estética da natureza, mas também um sentido de serenidade e conexão com o ambiente.

Em a pintura, os picos montanhosos dominam a paisagem, evocando tanto majestade quanto fragilidade. A paleta de cores é sutil e melancólica, com uma predominância de tons azuis e verdes que se entrelaçam para criar uma atmosfera de calma. Os matizes de azul que cobrem o céu contrastam com a texturização das montanhas, que são tratadas com uma técnica delicada que ressalta a realidade natural da paisagem, convidando o espectador a mergulhar em seu cenário.

O que se destaca nesta pintura é a maneira como Hiroshige utiliza a composição para direcionar o olhar do espectador através da obra. As linhas do horizonte e a disposição das montanhas conduzem a vista em direção ao fundo, onde se pode intuir um vasto mundo além da moldura da imagem. Essa característica é emblemática de seu estilo, pois consegue uma sensação de profundidade e perspectiva que pode nos transportar para aqueles lugares. A escolha de um céu suavemente azul, que se torna um suave degradê, é também um elemento visual característico de Hiroshige, refletindo o naturalismo ao qual aspirava em suas obras.

Embora não haja personagens humanos visíveis nesta obra, a presença de elementos naturais sugere uma conexão tácita com o espectador, que pode sentir sua própria pequenez diante da vasta e eterna beleza da natureza. As montanhas parecem contar histórias de tempo e mudança, enquanto o título em si, "O Pico de Largar o Pincel", sugere um ato de abandono, talvez a renúncia à representação artística diante da suprema beleza do natural.

Hiroshige, conhecido por suas paisagens, evocou em suas obras a impermanência e a beleza fugaz da vida, sendo um claro reflexo da filosofia budista que permeava seu tempo. Esta peça específica pertence à série "Cinquenta e Três Estações de Tōkaidō", uma homenagem à icônica rota que conectava Edo (Tóquio) a Quioto. Através de suas representações, Hiroshige se tornou um cronista visual da paisagem japonesa, capturando não apenas sua beleza, mas também sua mutabilidade.

Ao contemplar "Sakanoshita: O Pico de Largar o Pincel", o observador se depara com um testemunho da maestria de Hiroshige e da profundidade de sua conexão com a paisagem. A obra convida a uma reflexão pessoal sobre a relação do ser humano com a natureza, e sobre a beleza eterna que se desdobra em cada canto do passado japonês. É um lembrete de que, no efêmero, reside uma beleza que transcende o tempo, e que, através de sua arte, Hiroshige nos oferece a oportunidade de apreciar e contemplar essa conexão.

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