Retrato de Claude Antoine Charles Favre - 1877


Tamanho (cm): 60 x 75
Preço:
Preço de venda$381.00 CAD

Descrição

O "Retrato de Claude Antoine Charles Favre", pintado em 1877 por Paul Gauguin, é uma obra que oferece uma janela para o mundo íntimo e emocional do seu criador, bem como um testemunho do estilo emergente da pintura pós-impressionista. Claude Antoine Charles Favre, o babá, era amigo e mentor de Gauguin, um homem de letras e empresário que simboliza a ligação de Gauguin com a sociedade do seu tempo, numa Paris que passava por mudanças culturais significativas.

A composição da obra caracteriza-se por um foco diretivo na personagem retratada, cuja presença está no centro da pintura. Favre é representado com o corpo levemente virado, como se estivesse em uma conversa íntima com o espectador. Esse ângulo proporciona uma sensação de profundidade e relacionamento pessoal, incentivando o espectador a estabelecer um vínculo emocional com o assunto. Sua expressão é calma, quase melancólica, o que convida à reflexão sobre a vida interior do personagem e sua ligação com Gauguin.

As cores utilizadas na obra refletem a paleta particular que Gauguin começou a utilizar neste período. A utilização do fundo de tons terrosos e ocres contrasta com as roupas mais escuras e com os toques de azul que aparecem nas roupas da modelo, criando um efeito de equilíbrio visual que chama a atenção. A luz é suavemente direcionada para o rosto de Favre, destacando seus traços faciais com uma nuance quase escultural, enquanto as sombras acrescentam uma certa densidade à sua figura. Esta técnica de modelagem, que lembra suas influências impressionistas, é precursora do uso de cores planas mais intensas que definiriam o trabalho posterior de Gauguin.

O retrato é emblemático do interesse de Gauguin em capturar não apenas a aparência externa, mas também a essência do tema. Nesse sentido, o rosto de Favre parece falar de uma história além da imagem, uma narrativa que ressoa com os dilemas da existência humana e a busca de sentido. A escolha de representar um amigo próximo, em vez de um modelo aleatório, denota um investimento emocional que se traduz na caracterização do modelo. Cada traço e cada escolha de cor reforçam uma conexão pessoal intensa e autêntica.

Este retrato também pode ser contextualizado na evolução de Gauguin como artista, no seio de um panorama artístico em que procurou libertar-se da representação estrita do realismo e entrar numa exploração mais simbólica e emocional da arte. Neste trabalho são antecipados desenvolvimentos futuros em direção ao simbolismo e ao uso de cores saturadas, como aqueles que acabariam por definir seu estilo no Taiti.

Em suma, o “Retrato de Claude Antoine Charles Favre” é uma obra que transcende a sua aparência e nos oferece uma exploração do retrato como meio de captar uma identidade e um estado emocional. Embora Gauguin ainda estivesse nos primeiros estágios de sua carreira, esta peça começa a lançar as bases para seu trabalho futuro, revelando tanto sua técnica quanto seu profundo interesse pela psicologia do assunto. As reflexões que invoca no espectador continuam a ressoar, e é neste diálogo entre o artista, o modelo e a própria obra que respiramos a essência genuína da pintura de Gauguin.

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