Self-portrait - 1822


tamanho (cm): 60 x 75
Preço:
Preço de venda37.800 ISK

Descrição

A obra “Autorretrato” de Jean-Auguste-Dominique Ingres, realizada em 1822, é um testemunho evocativo do profundo empenho do artista na representação de si mesmo e do seu indiscutível domínio técnico. Este autorretrato revela-se um exercício de introspecção e domínio da forma, carregado de simbolismo e de uma procura estética apurada que caracteriza o Neoclassicismo, estilo em que Ingres emergiu como um dos seus maiores expoentes. A obra não é apenas um reflexo do indivíduo, mas também um reflexo da época, um diálogo visual que liga a tradição clássica à modernidade do século XIX.

Nesta pintura, Ingres apresenta-se com um olhar introspectivo e sereno, traço que confere à sua figura uma aura quase mítica. A cabeça ligeiramente inclinada para o lado contrasta com uma postura ereta e elegante que evoca dignidade e introspecção. A escolha do traje, uma toga preta drapeada com requintada sutileza, não apenas mergulha em suas raízes clássicas, mas também se torna um veículo para expressar seu próprio ideal artístico. As linhas limpas e definidas destacam-se na rica textura do tecido, mostrando a capacidade de Ingres de capturar a essência dos materiais com seu pincel.

O uso da cor no autorretrato é particularmente notável. A paleta contida, composta principalmente por tons escuros e subtons de pele, resulta num efeito de profundidade, enquanto a iluminação dramática no rosto de Ingres destaca suas características distintivas. Os contrastes sutis entre sombras e luzes conferem não apenas volume à sua figura, mas também uma sensação de monumentalidade, que lembra as imagens clássicas de heróis e deuses da antiguidade. O olhar firme e direto para o espectador estabelece uma ligação entre o artista e o seu público, criando uma intimidade e também uma distância que convida à contemplação.

Este autorretrato pode ser visto como uma afirmação do papel do artista na sociedade; Ingres, como ponte entre o classicismo e as mudanças emergentes do romantismo, utiliza a sua imagem para fazer uma afirmação sobre a dignidade da arte num momento de transformação cultural. É interessante notar que esta obra dialoga com as tradições da arte do retrato, em que o artista muitas vezes se retratava num contexto narrativo. No entanto, Ingres opta por uma abordagem minimalista que centra a atenção na própria figura, uma viragem que revela uma autoconsciência sobre o seu lugar na história da arte.

O autorretrato de Ingres não é apenas uma representação precisa da sua aparência, mas também se torna um veículo para explorar a sua identidade artística. Esta obra é um exemplo paradigmático da sua capacidade de sintetizar o seu amor pela tradição clássica com a sua visão individualista e contemporânea, marcando uma intersecção na história da arte que permanece relevante até hoje. Com efeito, a figura de Ingres, com o seu carácter grandioso e o seu olhar intenso, apresenta-se diante de nós como um monólito de arte que convida à reflexão, um eco que transcende o seu tempo e persiste na memória colectiva da história da arte.

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