Pequena banhista bretã - 1888


tamanho (cm): 55x75
Preço:
Preço de venda€248,95 EUR

Descrição

Em "Little Breton Bather" de 1888, Paul Gauguin capta com delicada maestria a essência da infância num cenário costeiro idílico. Esta obra, que faz parte do seu período pós-impressionista, revela um notável domínio da cor e da forma, apresentando uma abordagem da figura humana que é ao mesmo tempo terna e evocativa. Na tela é possível ver uma menina, representada no ato do banho, que se torna o centro das atenções através de uma composição cuidadosamente equilibrada.

A figura da menina é robusta e pintada em cores planas que contrastam com a água, que, embora não seja o foco principal, emoldura sutilmente a cena. Gauguin utiliza uma paleta rica e vibrante, optando por tons de azul e verde que representam a água, mas que também se encontram no fundo, onde o céu se desfoca em formas etéreas. Esta escolha de cores não só cria uma atmosfera de frescura, mas também sugere uma ligação espiritual entre a figura central e o seu entorno natural. A simplicidade das formas e o mínimo uso de detalhes permitem que o olhar do espectador seja direcionado para o rosto da menina e sua expressão, um misto de alegria e concentração.

Gauguin, influenciado pelo simbolismo e pela arte popular, consegue nesta pintura um equilíbrio entre a representação realista e uma interpretação mais abstrata da infância. A utilização de contornos definidos e a conformação quase bidimensional da paisagem resultam numa imagem que vai além da mera observação, conduzindo-nos a uma contemplação mais reflexiva sobre a felicidade na simplicidade dos momentos infantis. As referências à cultura bretã são subtis, em parte porque Gauguin procurou captar não só a aparência física do lugar, mas o seu espírito vibrante, a sua essência.

Uma característica notável de “A Pequena Banhista Bretã” é como, apesar de ser um retrato aparentemente simples, convida a uma reflexão mais profunda sobre a passagem do tempo e a fragilidade da infância. A imortalização deste momento evoca nostalgia pessoal e coletiva, convidando cada espectador a conectar-se com as suas próprias memórias de inocência. Além disso, a obra situa-se num contexto histórico mais amplo, onde Gauguin começou a afastar-se da pintura naturalista para abraçar visões mais livres, incorporando influências das culturas indígenas e um desejo de expressar o inefável através da cor e da forma.

Ao observarmos “A Pequena Banhista Bretã”, não apenas presenciamos uma cena cotidiana, mas também somos convidados a perceber a habilidade técnica de Gauguin e sua capacidade de extrair a essência de seus temas. Esta obra é uma representação incontornável da infância e da ligação intrínseca entre o homem e a natureza, refletindo a visão única de um artista que continua a ressoar na história da arte. A obra, que abre um diálogo entre tradição e inovação, continua a ser um pilar no estudo do pós-impressionismo, sublinhando a importância da subjetividade na experiência artística.

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